Hanseníase dimorfa reativada: recidiva ou tratamento insuficiente em paciente imunologicamente suscetível?

Autores

  • Jaison Antonio Barreto Diretor do Serviço de Epidemiologia do Instituto Lauro de Souza Lima.
  • Flávio Goya Instituto Lauro de Souza Lima
  • Rubem Mateus C Miranda Instituto Lauro de Souza Lima

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.2006.v31.36360

Palavras-chave:

hanseníase dimorfa, recidiva, tratamento, reação de Mitsuda

Resumo

Um homem de 31 anos de idade procurou o serviço de saúde especializado devido a alterações de sensibilidade em braço esquerdo. O exame clínico deu suporte a esta queixa. Os esfregaços obtidos a partir da linfa colhida nesta área não desmontraram bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR). A reação de Mitsuda foi negativa e uma biópsia do local não mostrou bacilos ou reação infl amatória. Mesmo assim optou-se pelo diagnóstico de hanseníase indeterminada, e foi instituída a poliquimioterapia para paucibacilar. Nove anos após, o paciente retorna apresentando várias lesões de padrão dimorfo, com quadro histopatológico característico e baciloscopia do esfregaço e da biópsia positiva. Os autores consideram que este indivíduo já era um multibacilar por ocasião do primeiro diagnóstico em 1997 e o tratamento insufi ciente não conseguiu destruir todos os bacilos. Nesta situação, os bacilos remanescentes poderiam ter proliferado lenta e progressivamente, reproduzindo o longo período de incubação próprio dos indivíduos Mitsuda negativos. Discutem- se as limitações do diagnóstico exclusivamente clínico e baseado no número de lesões específicas.

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Publicado

30-11-2006

Como Citar

1.
Barreto JA, Goya F, Miranda RMC. Hanseníase dimorfa reativada: recidiva ou tratamento insuficiente em paciente imunologicamente suscetível?. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2006 [citado 29º de março de 2024];31(2):35-8. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/36360

Edição

Seção

Seção anátomo-clínica

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