Resumen
Após a introdução do HIV, o número de pacientes com tuberculose aumentou e muitos deles, infectados com o HIV, sofrem de tuberculose. Em outras infecções micobacterianas, também foi demonstrada uma incidência aumentada nos pacientes infectados com o HIV, mas não na hanseníase. Muitos pesquisadores têm observado isso, mas os resultados têm sido conflitantes. Nos pacientes com HIV, contudo, nunca foi encontrado um aumento maior na prevalência da hanseníase e nem um aumento significativo de soroprevalência para o HIV entre os pacientes com hanseníase. Na África, durante os últimos 30 anos, tem sido vista uma contínua queda na incidência da hanseníase. Contudo, em anos recentes, esse declínio parece ter feito uma parada e, em algumas áreas, foi observado até um aumento dessa incidência. O autor considera que o Mycobacterium leprae não causa a doença em pacientes já infectados com o HIV, posto que o Mycobacterium leprae é virtualmente não tóxico e necessita uma imunidade mediada por células (CMI) mais ou menos funcionante para causar a doença clínica. Contudo, a bactéria se multiplicará, tornando o paciente um portador multibacilar, contribuindo para o "pool" infeccioso micobacteriano. Pessoas não infectadas com o HIV, então, têm mais chance de poderem desenvolver a hanseníase, visto que elas têm um CMI
funcionante. Por isso, o autor prevê um aumento da incidência da hanseníase na próxima década em países endêmicos como o Brasil, onde, no presente, o HIV encontra asilo.
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