Resumo
O presente artigo trata da análise retrospectiva da Prevenção de Incapacidades (PI), na década de 90 e da avaliação do grau de incapacidades, conforme padronização do Programa de Controle da Hanseníase no diagnóstico e na alta do doente. Desenvolveu-se no Ambulatório Regional de Especialidades de Taubaté (ARETaubaté), da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Analisou-se 408 prontuários, correspondendo a 100% dos casos novos atendidos no período em questão. O maior percentual de incapacidades alcançaram os graus 2 e 3 e concentraram-se nos membros inferiores (MMII), especialmente nos pés (14,8%), seguido das mãos (13,2%) e olhos (7,6%), o que sinaliza a importância de valorizar as ações de PI nos membros inferiores e superiores. Quanto à recuperação dos doentes com grau 1 (anestesia) no diagnóstico, 46,3% regrediram ao grau 0 e 48,4% mantiveram-se no grau 1. Nos doentes com graus 2 e 3 de incapacidades no diagnóstico, verificou-se percentual maior de manutenção nesses graus (62,8% e 40%, respectivamente), o que demonstrou a dificuldade de recuperar as incapacidades mais avançadas. Quanto ao percentual de piora, para os doentes diagnosticados nos graus 1 e 2, esta se revelou baixa (7,2%). Entretanto, não foram todos os doentes que obtiveram recuperação, o que demonstra a complexidade das Ações da Prevenção de Incapacidades.
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