Estudo comparativo com dois esquemas poliquimioterápicos (duração fixa) em hanseníase multibacilar - seguimento de 50.32 ± 19.62 e 39.70 ± 19.47 meses

Autores

  • Maria Eugênia Noviski Gallo Laboratório de Hanseníase. Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil.
  • Maria Fernanda Sardella Alvim Coordenação Nacional de Dermatologia Sanitária do Ministério da Saúde.
  • José Augusto da Costa Nery Laboratório de Hanseníase. Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil.
  • Edson Cláudio Araripe Albuquerque Laboratório de Hanseníase. Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.1997.v22.35397

Palavras-chave:

Poliquimioterapia, Hanseníase Multibacilar, Estudo Comparativo

Resumo

Estudo comparativo da evolução clínica e baciloscópica de 140 casos de hanseníase classificados como multibacilares, divididos em dois grupos e submetidos a dois tratamentos com associação de quimioterápicos com duração fixa. Grupo I: 70 casos submetidos a Rifampicina (RFM) 600 mg e Dapsona (DDS) 100 mg diários auto administrados por 3 meses consecutivos seguidos de DDS - 100 mg diários auto administrados por 21 meses. Grupo II: RFM - 600 mg e Clofazimina (CFZ) 300 mg uma vêz ao mês, supervisionados, associados a DDS - 100 mg e CFZ 50 mg diários, auto administrados com duração fixa de 24 doses supervisionadas. Não foram encontradas diferenças significativas (p > 0.05) na evolução baciloscópica e neuromotora entre os Grupos, na vigência dos tratamentos e no seguimento pós alta por cura. Foi encontrada diferença estatística (p < 0.05) na ocorrência de manifestações reacionais tendo o Grupo I apresentado maior número de casos com reação durante o tratamento e pós alta. Esta diferença foi atribuída a presença da CFZ no esquema terapêutico do Grupo II. O follow-up total do Grupo I foi de 2.110/pacientes ano com média de 50.32 ± 19.62 meses sendo diagnosticado dois casos de recidiva. Em 1 dos casos  rocedeu-se a inoculação da biópsia cutânea para inoculação no coxim plantar do camundongo de acordo com Shepard para verificação da viabilidade bacilar e resistência a RFM e DDS. Os resultados demonstraram bacilos viáveis, susceptíveis as drogas testadas. Este resultado foi confirmado pela evolução clínica e baciloscópica do caso após introdução no esquema poliquimioterápico preconizado pela OMS. Para o Grupo II, submetido ao esquema preconizado pela OMS e o atual em vigência em nosso país, o seguimento total foi de 1.897/pacientes ano, média 39.70 ± 19.47 meses não tendo sido diagnosticada nenhuma recidiva.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANDRADE V.L.G., BOECHAT A.M., VIANA F.R. ET AL. Estudo do índice baciloscópio em pacientes de Hanseníase Multibacilares
durante tratamento com esquema MDT/OMS e no período de dois anos após a interrupção da terapêutica. An Bras Dermatol68(4): 191-93, 1993
BECKX - BLEUMINCK M. Relapses among leprosy patients treated with multidrug therapy: Experience in the Leprosy Control
Programme of the All Africa Leprosy and Rehabilitation Training Center (ALERT) in Ethiopia; Practical difficulties with diagnosing operational procedures and criteria for diagnosing relapses. Int J Lepr 60: 421-435, 1992.
BECX-BLEUMINK M., BERHE D. Occurrence of reactions, their diagnosis and management in leprosy patients treated with multidrug
therapy; experience in the Leprosy Control Program of the All Africa Leprosy and Rehabilitation Training Center (ALERT) in Etiopia. Int J Lepr 60(2): 173-84, 1992.
Brasil. GUIA DE CONTROLE DA HANSENÍASE. Ministério da Saúde. Divisão Nacional de Dermatologia Sanitária, 1983.
Brasil. GUIA DE CONTROLE DA HANSENÍASE. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Centro Nacional de Epidemiologia. Coordenação Nacional de Dermatologia Sanitária, 0 ed., Brasília, 1994.
BULLOCK, W.E. - Rifampicin in the Treatment of Leprosy. Rev Infect Dis, 5 (Supplement 3): 607-611, July-August, 1983.
CELLONA R.V., FAJARDO JRT.T., KIM D. et al. Joint Chemotherapy Trials in Lepromatous Leprosy Conducted in Thailand, the Philippines and Korea. Int J Lepr 513: 1-11, 1990.CUNHA M.G.S., PENINI S.N., REBELLO P.B., DIAS L.C., PARREIRA V., DIAS E.P.,
SADAHIRO M. Fixed duration combined Chemotherapy in Multibacilary Leprosy. Abstract CH 46. International Leprosy Congress. Int J Lepr (Supplement) 61: 11A,1993.
DEAN A.G., DEAN J.A., BURTON A.H., DICKER R.C. Epi Info, version 6:1: a word processing, database, and statistical program for epidemiology on microcomputers. Centers for Disease Control, Atlanta, Georgia, USA, 1990.
GANAPATI R., PAI R., GANDEWAR K.L. et aI. For how long should a multibacillary leprosy patient be treated ?. Indian J Lepr 61(4): 467-7, 1989.
IRUDAYARAJ P., ASCHHOF F.M. Assesment criteria and multidrug therapy. Int. J. Lepr 57(Suppl): 426-489, 1989.
JAMET P., BAOHONG J and the Marchoux Chemotherapy Study Group. Relapse after long term follow-up of multibacillary patients treated by WHO Multidrug Regimen. lnt J Lepr 63 (2): 195-201, 1995.
JOPLING W.H. Complications of treatment with Clofazimine. (Lamprene, B663) Lepr Rev 47, 1(1976).
KATOCH K., NATARJAN M., BAGGA A., KATOCH Y.M. Clinical and Bacteriological Progress of Highly Bacillated BL-LL patients Discontinuing Treatment After Different Periods of MDT. Int J Lepr 59 (2): 249-254, 1991.
PANNIKAR VK. Field trial of fixed duration combined chemotherapy in multibacillary leprosy at Karigiri. Proc. Joint Meeting Indian and Thelep Scientists on MDT. Karigiri, 1988, p.49.PATTYN S.R. Efficacy of different regimens in multibacillary leprosy. Lepr Rev 57
(Supl.3): 265-271, 1986.
PATTYN S.R., BOURLAND J., GRILLONE S. et al. Combined regimens of one year duration in the treatment of multibacillary leprosy - I. Combined regimens with Rifampicin administered during one year. Lepr Rev 60: 109-17, 1989.
RIDLEY D.S. Bacterial indices. In: Cochrane, R.G.J. & Davey, T. et al. Leprosy in theory and practice. 2 ed. Bristol, John Wright & Sons, Appendix Ill. p. 612-622, 1964.
RIDLEY D.S., JOPLING W.H. Classification of leprosy according to immunity: a five group system. Int J Lepr 34. 255-73, 1966.
SCOLLARD D.M., SMITH T., BHOOPAT C. et al. Epidemiologic Characteristics of Leprosy Reactions. Int J Lepr 62 (4) 559-569, 1994.
SHEPARD A.C. The experimental disease that follows the injection of human leprosy bacilli into foot-pads of mice. J Exp Med 112 445-454,1960.
THELEP. Subcommittee on Clinical Trials of the Chemoterapy of Leprosy Scientific Working Group of the UNDP/ World Bank/ WHOSpecial Programme for Research and Training in Tropical Diseases. Persisting Mycobacterium leprae among THELEP trial patients Bamako and Chingleput. Lepr Rev 58: 325-337, 1987.
VIJAYAKUMARAN P., MANIMOCHI N., JESUDASAN K. Incidence of Late Lepra Reaction. Among Multibacilary Leprosy Patients After MDT. Int J lepr 63 (1): 18-22, 1995.
WHO Study Group. Chemotherapy of Leprosy for Control Programmes. Geneva: WHO 1982; Tech Rep Ser 675.
WHO Study Group on Chemotherapy of Leprosy. Report a WHO Study Group. Geneva 1993.
WHO - Leprosy Programme. MDT - Questions and Answers - WHO/ LTD/ LEP/ 91.3. Geneva.
WHO. Chemotherapy of leprosy. WHO Tech Rep. Ser 847, 1994.
WHO. The Leprosy Unit Division of Control of Tropical Diseases. Risk of relapse in leprosy. WHO/LTD/LEP/94.1, 1994.

Downloads

Publicado

30-06-1997

Como Citar

1.
Gallo MEN, Alvim MFS, Nery JA da C, Albuquerque ECA. Estudo comparativo com dois esquemas poliquimioterápicos (duração fixa) em hanseníase multibacilar - seguimento de 50.32 ± 19.62 e 39.70 ± 19.47 meses. Hansen. Int. [Internet]. 30º de junho de 1997 [citado 19º de abril de 2024];22(1):5-14. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/35397

Edição

Seção

Artigos originais

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)