Fatores associados às incapacidades em pacientes diagnosticados de Hanseníase: Um estudo transversal
PDF

Palavras-chave

Hanseníase
Epidemiologia
Acesso aos Serviços de Saúde
Prevenção de Doenças

Como Citar

1.
Pieri FM, Ramos ACV, Crispim J de A, Pitiá AC de A, Rodrigues LBB, Silveira TR dos S, Arcêncio RA. Fatores associados às incapacidades em pacientes diagnosticados de Hanseníase: Um estudo transversal. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2012 [citado 23º de novembro de 2024];37(2):22-30. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/36192

Resumo

O objetivo do estudo foi analisar os fatores associados às incapacidades em pacientes diagnosticados de hanseníase. Trata-se de um estudo epidemiológico de corte transversal com dados oriundos dos municípios que compõem a 17ª Regional de Saúde do Estado do Paraná. Os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, sendo selecionados os casos diagnosticados de hanseníase entre 2009 e 2012. Para testar associação entre as incapacidades de hanseníase e as variáveis independentes recorreu-se ao teste qui-quadrado de proporções bicaudal. Fixou-se alpha em 5% (α = 0,05) como estatisticamente significativo. Foram identificados 245 casos de hanseníase diagnosticados, destes 129 (52,7%) eram do sexo masculino, com faixa etária acima dos 46 anos (n=103; 52,7%). Os fatores que apresentaram associação estatisticamente significativas com as incapacidades foram baixa escolaridade (p<0,001), idade avançada (p<0,001), ter sido transferido, reingresso ou recidivas (p=0,007). As incapacidades correspondem um problema importante no cenário investigado, verificando grupos mais acometidos por esse evento do que outros, assim esses primeiros devem ser priorizados em termos de oferta de ações e serviços de saúde.

https://doi.org/10.47878/hi.2012.v37.36192
PDF

Referências

1 Pan American Health Organization, Health in the Americas: 2012 Edition. Regional Outlook and Country Profiles. Washington DC: PAHO, 2012.
2 World Health Organization. Global Strategy for further reducing the disease burden due to leprosy: plan period: 2011 – 2015. Geneva: WHO, 2010.
3 Sobrinho RAS, Mathias TAF, Gomes EA, Lincoln PB. Evaluation of incapacity level in leprosy: a strategy to sensitize and Train the nursing team. Rev Latino-am Enfermagem 2007 novembro-dezembro; 15(6): 1125-30.
4 Monteiro LD, Alencar CHM, Barbosa JC, Braga KP, Castro MD, Heukelbach J. Incapacidades físicas em pessoas acometidas pela hanseníase no período pós-alta da poliquimioterapia em um município no Norte do Brasil. Cad. Saúde Pública 2013; 29(5): 909-20.
5 Rafferty J. Curing the stigma of leprosy. Lepr Rev 2005 jun; 76(2): 119–26.
6 Martins PV, Caponi S. Hanseníase, exclusão e preconceito: histórias de vida de mulheres em Santa Catarina. Ciênc. saúde coletiva [online] 2010; 15(1): 1047-54.
7 Alberts CJ, Smith WC, Meima A, Wang L, Richardus JH. Potential effect of the World Health Organization’s 2011–2015 global leprosy strategy on the prevalence of grade 2 disability: a trend analysis. Bulletin of the World Health Organization 2011. Disponível em: http://www.who.int/bulletin/volumes/89/7/10-085662/en/.
8 Brandsma JW, Van Brakel WH. WHO disability grading: operational definitions. Lepr Rev 2003; 74: 366-73.
9 Duerksen F. Reabilitação. In: Opromolla DVA, Baccarelli R (Org.). Prevenção de incapacidades e reabilitação em hanseníase. Bauru: Instituto Lauro de Souza Lima 2003. 3-4p.
10 Gonçalves SD, Sampaio RF, Antunes CMF. Fatores preditivos de incapacidades em pacientes com hanseníase. Rev Saúde Pública 2009; 43(2): 267-74.
11 Trindade MAB, Lima FD, Almeida RG. Incapacidades físicas em hanseníase no momento do diagnóstico. I — Avaliação das incapacidades. Hansen Int 1987; 12(2): 19-28.
12 Alves CJM, Barreto JA, Fogagnolo L, Contin LA, Nassif PW. Avaliação do grau de incapacidade dos pacientes com diagnóstico de hanseníase em Serviço de Dermatologia do Estado de São Paulo. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 2010; 43(4): 460-61.
13 Pimentel MIF, Nery JAC, Borges E, Gonçalves RR, Samo EN. Influência do tempo de evolução prévio ao diagnóstico inicial incapacidades presentes no exame inicial de pacientes portadores de hanseníase multibacilar. Hansen Int 2002; 27(2): 77-82.
14 Do Prado GD, Prado RB, Marciano LH, Nardi SM, Cordeiro JA, Monteiro HL. WHO disability grade does not influence physical activity in Brazilian leprosy patients. Lepr Rev 2011 Sep; 82(3): 270-78.
15 Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Vigilância em Saúde. Situação epidemiológica da hanseníase no Brasil. Boletim Epidemiológico [internet]. 2013[citado em 2013/08/17]; 44(11):12p Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/index.cfm?portal=pagina.visualizarTexto&codConteudo=12351&codModuloArea=783&chamada=be-situacao-epidemiologica-da-hanseniase-no-brasil.
16 Londrina. Secretaria Municipal de Saúde. Diretoria de Epidemiologia e informações em Saúde. Perfil epidemiológico 2010/2011. Londrina; 2012.
17 Heck RJ, Thomas SL, Tabata LN. Multilevel and Longitudinal Modeling with IBM SPSS. 2ºed. New York: Routledge; 2014.
18 Jekel JF, Katz D, Elmore JG, Wild D. Epidemiology, Biostatistics and Preventive Medicine. 3ºedition. Saunders Elsevier; 2007.
19 Callegari-Jacques SM. Bioestatística: princípios e aplicações. Ed digital. Porto Alegre: Artmed; 2007.
20 Brasil. Ministério da Saúde. Guia para o controle da hanseníase. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2002.
21 Finez MA, Salotti SRA. Identificação do grau de incapacidades em pacientes portadores de hanseníase através da avaliação neurológica simplificada. J Health Sci Inst 2011; 29(3): 171-75.
22 Kerr-Pontes LRS, Barreto ML, Evangelista CMN, Rodrigues LC, Heukelbach J, Feldmeier H. Socioeconomic, environment, and behavioural risk factors for leprosy in North-east Brazil: results of a case-control study. Int J Epidemiol. 2006; 35(4): 994-1000.
23 Sanchez RM, Ciconelli RM. Conceitos de acesso à saúde. Rev. Panam Salud Publica. 2012; 31 (3): 260-68.
24 Santos AS, Castro DS, Falqueto A. Fatores de risco para transmissão da Hanseníase. Rev Bras Enferm 2008; 61(esp): 738-43.
25 Rodrigues-Júnior AL, do Ó VT, Motti VG. Estudo espacial e temporal da hanseníase no estado de São Paulo, 2004-2006. Rev Saúde Pública 2008; 42(6): 1012-20.
26 Ribeiro GC. Fatores relacionados à prevalência de incapacidades físicas em hanseníase na microrregião de Diamantina, Minas Gerais [Dissertação de Mestrado]. Belo Horizonte: Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais; 2012.
27 Kerr-Pontes LRS, Montenegro AC, Barreto ML, Werneck GL, Feldmeier H. Inequality and leprosy in Northeast Brazil: an ecological study. Int J Epidemiol 2004 Apr; 33(2): 262-69.
28 Lana FCF, Amaral EP, Franco MS, Lanza FM. Estimativas da prevalência oculta da hanseníase no Vale do Jequitinhonha - Minas Gerais. Rev Min Enf 2004; 8(2): 295-300.
29 Goulart IMB, Dias CM, Oliveira ACS, Silva AA, Alves RR, Quaresemin CR, et al. Grau de incapacidade: indicador de prevalência oculta e qualidade do programa de controle da hanseníase em um Centro de Saúde-Escola no município de Uberlândia-MG. Hansen. Int 2002; 27(1): 5-13.
30 Cunha MD et al. Os indicadores da hanseníase e as estratégias de eliminação da doença, em município endêmico do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública [online] 2007; 23(5): 1187-97.
31 Murto C, Chammartin F, Schwarz K, da Costa LMM, Kaplan C, et al. Patterns of Migration and Risks Associated with Leprosy among Migrants in Maranhão, Brazil. PLoS Negl Trop Dis. Sep 2013; 7(9): e2422.
32 Arantes CK et al .Avaliação dos serviços de saúde em relação ao diagnóstico precoce da hanseníase. Epidemiol. Serv. Saude 2010; 19(2): 155-64. Disponível em: < http://scielo.iec.pa.gov.br/pdf/ess/v19n2/v19n2a08.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2012.
33 Heukelbach J, André Chichava O, Oliveira ARd, Häfner K, Walther F, et al. Interruption and Defaulting of Multidrug Therapy against Leprosy: Population-Based Study in Brazil’s Savannah Region. PLoS Negl Trop Dis 2011; 5(5): e1031.
34 Rocha et al. Drug and multidrug resistance among Mycobacterium leprae isolates from Brazilian relapsed leprosy patients. J Clin Microbiol 2012 Jun; 50(6): 1912-17.
35 World Health Organization. Weekly epidemiological record: Surveillance of drug resistance in leprosy 2010. WHO 2011; 23(86): 237-240. Disponível em http://www.who.int/wer/2011/wer8623. Acesso em 14 de junho de 2013.
36 Mendes, EV. As redes de atenção à saúde. Ciênc. saúde coletiva [online] 2010; 15(5): 2297-305.
37 Lockwood DNJ, Suneetha S. Leprosy: too complex a disease for a simple elimination paradigm. Bull World Health Organ 2005 Mar; 83(3): 230-35.
38 Spinelli H, Urquía M, Bargalló ML, Alazraqui M. Equidad en salud: teoría y praxis [Internet]. Buenos Aires: CEDES;2002. [citado em 2014/06/20]. Disponível em: http://www.unla.edu.ar/documentos/institutos/isco/cedes.
39 Granja G F, Zoboli ELCP, Fortes PAC, Fracolli LA. Equidade no Sistema de Saúde Brasileiro: Uma Teoria Fundamentada em dados. Revista Baiana de Saúde Pública 2010; 34(1): 72-86.
Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Downloads

Não há dados estatísticos.