Resumo
Introdução: A Organização Mundial da Saúde preconiza o grau de incapacidade como instrumento de avaliação, para propor ações de prevenção, monitoramento e tratamento do dano físico causado pela Hanseníase. Objetivo: comparar o grau de deficiência física no diagnóstico, alta e pós-alta de indivíduos que tiveram hanseníase. Métodos: Estudo ecológico, analítico com 126 indivíduos, diagnosticados no período 2004-2013, utilizando: formulário de avaliação neurológica simplificada, classificação do grau de incapacidades físicas e formulário elaborado pela pesquisadora. Resultados: Média de idade 56,02 anos, sendo 73,01% multibacilares, com predomínio da forma dimorfa (36,80%). Verificou-se, no diagnóstico, percentual elevado (63,49%) de indivíduos que já apresentavam deficiência física (grau 1 e 2). A comparação entre diagnóstico e pós-alta demonstrou piora das deficiências físicas, principalmente nos multibacilares, com percentual (51,59%) de reação hansênica durante o tratamento. Do total da amostra, 61 (48,41%) mantiveram o mesmo grau de incapacidade, 44 (34,92%) pioraram e 21 (16,67%) melhoraram. Membros inferiores foram os mais acometidos (58%). Conclusão: O estudo permite concluir que, ao realizar a comparação nos momentos do diagnóstico e pós-alta, houve piora das deficiências físicas, principalmente na forma multibacilar, sendo os membros inferiores os segmentos que mais apresentam evolução expressiva do grau de deficiência.
Referências
2 World Health Organization. Investing to overcome the global impact of neglected tropical diseases [Internet]. Geneva: WHO; 2015. [cited 2016 Mar 12]. Available from: http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/152781/9789241564861_eng.pdf;jsessionid=43C55AC41F0833A21B6AA2
5A444805EB?sequence=1.
3 Ministério da Saúde (BR). Vigilância em Saúde: dengue, esquistossomose, hanseníase, malária, tracoma e tuberculose [Internet]. 2a ed. rev. Brasília: Ministério da Saúde; 2008. [cited 2016 Mar 12]. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cab_n21_vigilancia_
saude_2ed_p1.pdf
4 BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 3125, de 7 de outubro de 2010. Aprova as diretrizes para vigilância, atenção e controle da hanseníase. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 15 out. 2010. Seção 1,p. 55. Disponível em: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=55&data=15/10/2010 . Acesso em: 12 mar.2016.
5 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de saúde pública [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2016. [cited 2016 Mar 12]. Available from: http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/DiretrizesdoManuaTcnicoOperacionaldeHansenase.pdf
6 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Políticas de Saúde. Guia para o controle de hanseníase [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2002. [cited 2016 Mar 12]. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_controle_hanseniase_cab10.pdf.
7 Andrade ARC, Lehman LF, Schreuder PAM, Fuzikawa PL, editores. Como reconhecer e tratar reações hansênícas. 2a ed. Belo Horizonte: Secretaria do Estado da Saúde de Minas Gerais; 2007.
8 Gonçalves SD, Sampaio RF, Antunes CMF. Fatores preditivos de incapacidades em pacientes com hanseníase. Rev Saude Publica. 2009;43(2):267-74. doi: 10.1590/S0034-89102009000200007.
9 Nardi SMT, Cruz LP, Pedro HSP, Marciano LHSC, Paschoal VDA. Avaliação das deficiências físicas em pessoas com hanseníase empregando dois indicadores: grau de incapacidades e Eyes-hands-feet. Hansen Int [Internet]. 2011[cited 2016 Mar 12];36(2):9-15.Available from: http://www.ilsl.br/revista/detalhe_artigo.php?id=11793
10 Ministério da Saúde (BR). Manual de prevenção de incapacidades: cadernos de prevenção e reabilitação em hanseníase, n.1 [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2008. [cited 2016 Mar 12]. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_prevencao_incapacidades.pdf
11 Stuart A. A test for homogeneity of the marginal distributions in a two-way classification. Biometrika. 1955;42(3/4):412-6. doi: 10.1093/biomet/42.3-4.412
12 Maxwell AE. Comparing the classification of subjects by two independent judges. Br J Psychiatry. 1970 Jun;116(535):651-5.
13 Johnson RA, Wichern DW. The bonferroni method of multiple comparison. In: Johnson RA, Wichern DW, editors. Applied multivariate statistical analysis. New York: Prentice-Hall; 1992. p.197-9.
14 Pagano M, Gauvreau K. Princípios de bioestatística. São Paulo: Thomson; 2004.
15 Mehta CR, Patel NRA. Network algorithm for performing Fisher’s exact test in rxc contingency tables. J Am Stat Assoc. 1983;78(382):427-34. doi: 10.1080/01621459.1983.10477989.
16 Ministério da Saúde (BR). Indicadores epidemiológicos e operacionais de hanseníase: Brasil 2000-2014 [Internet]. [cited 2016 Mar 12]. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/julho/10/Percentual-de-grau--de-incapacidade-2-entre-os-casos-novos-avaliados-.pdf
17 Costa LG, Cortela D, Soares RCFR, Ignotti E. Factors associated with the worsening of the disability grade during leprosy treatment in Brazil. Lepr Rev [Internet]. 2015;86(3):265-72. [cited 2016 Mar 12]. Available from: https://www.lepra.org.uk/platforms/lepra/files/lr/Sept15/Lep265-272.pdf.
18 Seshadri D, Khaitan BK, Khanna N, Sagar R. Dehabilitation in the era of elimination and rehabilitation: a study of 100 leprosy patients from a tertiary care hospital in India. Lepr Rev [Internet]. 2015;86(1):62-74. [cited 2016 Mar 12]. Available from: https://www.lepra.org.uk/platforms/lepra/files/lr/Mar15/1850.pdf
19 Mantellini GG, Gonçalves A, Padovani CR. Incapacidades físicas em hanseníase: coisa do passado ou prioridade na prevenção? Hansen Int [Internet]. 2009 [cited 2016 Mar 12];34(2):33-9. Available from: http://www.ilsl.br/revista/detalhe_artigo.php?id=10970
20 Monteiro LD, Alencar CHM, Barbosa JC, Braga KP, Castro MD, Heukelbach J. Incapacidades físicas em pessoas acometidas pela hanseníase no período pós alta da poliquimioterapia em um município no Norte do Brasil. Cad Saúde Pública. 2013;29(5):909-20. doi: 10.1590/S0102--311X2013000500009.
21 Nardi SMT, Ikehara E, Pedro HSP, Paschoal VDA. Characterization of the profession/ occupation
of individuals affected by leprosy and the relationship with limitations in professional activities. Indian J Lepr [Internet]. 2012:84:1-8. [cited 2016 Mar 12]. Available from: http://ijl.org.in/2012/jan-mar/1_Nardi_et_al_(original).pdf
22 Croft RP, Nicholls PG, Richardus JH, Smith WCS. Incidence rates of acute nerve function impairment in leprosy: a prospective cohort analysis after 24 months. Lepr Rev. 2000;71(1):18-33. doi: 10.5935/0305-7518.20000004.
23 Saunderson P, Leekassa R. Reflection on the ILA African Leprosy Congress. Lepr Rev [Internet]. 2005 [cited 2016 Mar 12];76(2):108-11. Available from: https://www.lepra.org.uk/platforms/lepra/files/lr/June05/147353.pdf
24 Leite SCC, Caldeira AP. Oficinas terapêuticas para a reabilitação psíquica de pacientes institucionalizados em decorrência da hanseníase. Cien Saude Colet. 2015;20(6):1835-42. doi: 10.1590/1413-81232015206.16412014.
25 Sousa RRG, Firmino CDB, Sousa MNA, Nascimento MMP. Experiências de um grupo de autocuidado em hanseníase. RIS. 2015 [cited 2016 Mar 12];2(1):136-56. Available from: http://interdisciplinaremsaude.com.br/Volume_3/Trabalho_09.pdf
26 Smith WCS. Review of current research in the prevention of nerve damage in leprosy. Lepr Rev. 2000;71(Supp):S138-44. doi: 10.5935/0305-7518.20000085
Este periódico está licenciado sob uma Creative Commons Attribution 4.0 International License.