Incapacidade física em hansenianos de Campo Grande – Mato Grosso do Sul

Autores

  • Camila Arantes Bernardes Fisioterapeuta, Mestranda em Doenças Infecciosas e Parasitárias – UFMS.
  • Aline Ferreira dos Santos Fisioterapeuta, Mestre em Biotecnologia, Docente da UNIDERP.
  • Cacilda Tezelli Junqueira Padovani Farmacêutica Bioquímica, Mestranda em Doenças Infecciosas e Parasitárias, Docente da UFMS.
  • Liara Ferreira dos Santos Enfermeira.
  • Günter Hans Filho Médico Dermatologista, Doutor em Medicina, Docente da UFMS.

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.2009.v34.35160

Palavras-chave:

hanseníase, epidemiologia, classificação

Resumo

Este estudo objetivou verificar a frequência de incapacidade física em casos novos de hanseníase do município de Campo Grande, diagnosticados no período de abril de 2008 a março de 2009, bem como, caracterizar os aspectos clinico-pidemiológicos e sociodemográficos. Entre os 69 casos atendidos no período, mais da metade apresentou algum grau de incapacidade física (59,4%), sendo que 18,8% dos casos foram detectados com GIF II. Há uma concentração de casos na população do sexo masculino (59,4%) e associação entre sexo e grau de incapacidade física II, com GIF II entre os homens de 24,1%, mesmo fato observado com as formas clínicas multibacilares, com 33,3% de virchowianos com GIF II. A proporção de casos na população de até 15 anos foi elevada (10,1%) maior do que encontrada em outros estudos. Observou-se predomínio (84,0%) de pessoas com baixa escolaridade, com no máximo ensino fundamental completo e com renda per capita de até 1,5 salário mínimo. Quanto à distribuição geográfica dos casos, existe no município predomínio nos Distritos Sul e Norte (65,1%). Os achados deste estudo evidenciam que profissionais e gestores de saúde devem incentivar melhorias no diagnóstico precoce, avaliação dos casos, seguimento e serviços de prevenção de incapacidade dos pacientes com hanseníase.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1 Talhari S, Neves RG, Penna GO, Oliveira MLV. Hanseníase. Rio de Janeiro: Médica e científica; 2006.
2 World Health Organization (WHO). Leprosy elimination project: status report 2003. Geneve; 2004.
3 World Health Organization (WHO) Leprosy: global situation, 2006. Disponível em: <http://www.who.int/lep/situation/NCDetection2006.pdf>. Acesso em: 21 jan. 2008.
4 Mato Grosso do Sul. Secretaria de Estado de Saúde. Programa de Controle da Hanseníase. Sistema de Informação de Agravos e Notificação SINANW. TabWin: investigação de hanseníase – SINANW. Acesso em: 05 fev.2007.
5 Moreira TMA. As campanhas de hanseníase no Brasil. [Dissertação]. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública. Fundação Oswaldo Cruz; 1997.
6 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Políticas Públicas. Hanseníase, atividades de controle e manual de procedimentos. Brasília: Ministério da Saúde; 2001.
7 Pimentel MIF, Borges E, Sarno EM, Nery JAC, Gonçalves RRO. O Exame neurológico inicial na hanseníase multibacilar: correlação entre a presença de nervos afetados com incapacidades presentes no diagnóstico e com a ocorrência de neurites francas. Anais Brasileiros de Dermatologia set./out.; 2003; 78(5).
8 Duerksen F. Introdução. In: Duerksen F, Virmond M, editores. Cirurgia reparadora e reabilitação em hanseníase. Bauru: Centro de Estudos Dr. Reynaldo Quagliato; 1997. p.17-20.
9 Opromolla DVA. Manifestações clínicas e reações. In: ______editor. Noções de hansenologia. Bauru: Centro de Estudos Dr. Reynaldo Quagliato; 2000. p. 51-8.
10 Martins BDL, Torres FN, Oliveira MLW. Impacto na qualidade de vida em pacientes com hanseníase: correlação do Dermatology Life Quality Index com diversas variáveis relacionadas à doença. Anais Brasileiros de Dermatologia 2008; 83(1):39-43.
11 Moreira TMA. Estudo de Caso da Avaliação da Descentralização das Ações Programáticas de Hanseníase. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública; 2002.
12 Leprosy Elimination Monitoring (LEM) in Brazil; 2003. Disponível em: <http://www.paho.org/portuguese/ad/dpc/cd/lep-lem-2003-MS.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2007.
13 Longo JDM, Cunha RV. Perfil clínico-epidemiológico dos casos de hanseníase atendidos no Hospital Universitário em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, de janeiro de 1994 a julho de 2005. Hansen int 2006; 31(1): 03-18.
14 Shott S. Statistics for health professionals. London: W.B. Saunders Company; 1990.
15 Carvalho GA, Alvarez RRA. Avaliações de incapacidades físicas neuromúsculo-esqueléticas em pacientes com hanseníase. Hansen int 2000; 25(1):39-48.
16 Corrêa CMJ, Ivo ML, Honer MR. Incapacidades em sujeitos com hanseníase em um centro de referência do centrooeste brasileiro entre 2000-2002. Hansen int 2006; 31(2): 71-89.
17 Gomes FG, Frade MAC, Foss NT. Úlceras cutâneas na hanseníase: perfil clínico-epidemiológico dos pacientes. Anais Brasileiros de Dermatologia, Rio de Janeiro, 2007; 82(5): 433-7.
18 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Vigilância em saúde: situação epidemiológica da hanseníase no Brasil 2008. Brasília: Ministério da Saúde; 2008. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/boletim_novembro.pdf>. Acesso em: 05 mar. 2009.
19 Smith WCS. The epidemiology of disability in leprosy including risk factors. Leprosy Review 1992; 63(Suppl): S23-30.
20 Goulart IMB, Dias CM, Oliveira ACS, Silva AA, Alves RR, Quaresemin CR, et al. Grau de Incapacidade: indicador de prevalência oculta e qualidade do programa de controle da hanseníase em um Centro de Saúde - Escola no município de Uberlândia - MG. Hansen int 2002; 27(1):5-13.
21 Oliveira SN, Hennemann GV, Ferreira FLF, Azevedo SA, Forster AC. Avaliação Epidemiológica da Hanseníase e dos serviços
responsáveis por seu Atendimento em Ribeirão Preto SP no Ano de 1992. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto 1996; 29(1):114-22.
22 World Health Organization (WHO). Weekly epidemiological record 2008; 83(33): 293–300. Disponível em:< http://www. who.int/wer/2008/wer8333.pdf>. Acesso em: 11 dez. 2008.
23 Lana CF, Lanza FM, Meléndez GV, Branco AC, Teixeira S, Malaquias LCC. Distribuição da hanseníase segundo sexo no Município de Governador Valadares, Minas Gerais, Brasil Hansen Int 2003; 28(2): 131-7.
24 Oliveira MHP, Romanelli G. Os efeitos da hanseníase em homens e mulheres: um estudo de gênero. Cadernos de Saúde Pública 1998; 14(1): 51-60.
25 Trindade MAB, Lima FD, Almeida RG. Incapacidades físicas no momento do diagnóstico. Hansen int 1987; 12(2).
26 Lana CF, Lima RF, Araújo MG, Fonseca PTS. Situação epidemiológica da hanseníase no município de Belo Horizonte/
MG- período 92/97. Hansen int 2000; 25(2): 121-32.
27 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Acompanhamento da hanseníase - Mato Grosso do Sul. Sistema de Informação de Agravos e Notificação SINANW, 2009. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?hans/hanswms.def>. Acesso em: 22 jan. 2009
28 Lana CF, Amaral EP, Franco MS, Lanza FM. Estimativa da prevalência oculta da hanseníase no Vale do Jequitinhonha - MG. Revista Mineira de Enfermagem 2004; 8(2):295 -300.
29 Trindade MAB, Nemes MIB. Incapacidades físicas em hanseníase no momento do diagnóstico: características epidemiológicas dos casos registrados de 1983 a 1988 no estado de São Paulo Hansen Int 1992; 17(1/2): 8-14.
30 Moreno RD, Woods W, Moreno N, Trindade R, Tavares Neto J. Alterações oculares na hanseníase, observadas em pacientes ambulatoriais do serviço de referência da cidade de Rio Branco, Acre - Brasil. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia 2003; 66: 755-64.
31 Helene LMF, Leão VM, Minakawa MM. Perfis epidemiológicos e a avaliação de incapacidades físicas de hansenianos de uma UBS de São Paulo. Hansen Int 2001; 26(1):5 -13.
32 Pedroso M, Oliveira S, Bacarelli R, Vieira PCT, Gonçalves A. Incapacidades físicas em hanseníase: estudo multicêntrico da realidade brasileira. Anais Brasileiro de Dermatologia 1989; 64(6): 301-6.
33 Gonçalves A. Incapacidade em hanseníase: um estudo da realidade em nosso meio. Hansen int 1979; 4(1):26-35.
34 Virmond MCL. Hanseníase como doença de baixa prevalência. Hansen int 1995; 20(2):27-35.
35 Nogueira W, Marzliak MLC, Gonçalves OSJ, Brasil MTLRF. Perspectivas de eliminação da hanseníase. Hansen int 1995; 20(1):19-28.

Downloads

Publicado

30-06-2009

Como Citar

1.
Bernardes CA, Santos AF dos, Padovani CTJ, Santos LF dos, Filho GH. Incapacidade física em hansenianos de Campo Grande – Mato Grosso do Sul. Hansen. Int. [Internet]. 30º de junho de 2009 [citado 29º de março de 2024];34(1):17-25. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/35160

Edição

Seção

Artigos de investigação científica