Resumo
Tendo em vista os sérios prejuízos que a hanseníase ocasiona aos seus portadores que interrompem o tratamento, objetivou-se neste estudo identificar os principais motivos da irregularidade dos portadores de hanseníase ao serviço de saúde que presta assistência especializada. O trabalho foi desenvolvido com 57 clientes portadores de Mal de Hansen inscritos no Programa de Controle da Doença, no município de Severínia, Estado de São Paulo, que apresentavam irregularidade ao comparecimento, correspondendo a 39,5%. Levantaram-se as variáveis: sexo, idade, estado civil, ocupação, forma clínica e tipo de tratamento. O motivo de não comparecerem foi avaliado através de entrevistas semiestruturadas, realizadas nos domicílios. Os resultados apontaram como elementos importantes: acreditar na cura através do uso da medicação e seus efeitos colaterais; os prejuízos financeiros em decorrência da falta de um dia de serviço; a justificativa da ausência no local de trabalho por meio do atestado médico; o longo período de tratamento relacionado a aparente involução das manchas e o uso de bebida alcóolica A população estudada era predominantemente do sexo masculino (71,9%), entre a faixa etária de 20 a 49 anos (54,3%), casados (70,7%) com ocupação de lavradores (36,8%) e do lar (24,5%), evidenciando as formas clínicas I (43,8%), V ou D (34,5%). Quanto ao tratamento 33,3% dos portadores de hanseníase recebiam o esquema terapêutico da poliquimioterapia. A pesquisa sugere realização de novos estudos direcionados a busca de medidas efetivas a fim de melhorar a assistência aos portadores de hanseníase e a sua família.
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