A Irregularidade dos portadores de hanseníase ao Serviço de Saúde
PDF

Palavras-chave

Hanseníase
Irregularidade
Serviço de Saúde

Como Citar

1.
Araújo RRDF de, Oliveira MHP de. A Irregularidade dos portadores de hanseníase ao Serviço de Saúde. Hansen. Int. [Internet]. 30º de junho de 2003 [citado 23º de novembro de 2024];28(1):71-8. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/35306

Resumo

Tendo em vista os sérios prejuízos que a hanseníase ocasiona aos seus portadores que interrompem o tratamento, objetivou-se neste estudo identificar os principais motivos da irregularidade dos portadores de hanseníase ao serviço de saúde que presta assistência especializada. O trabalho foi desenvolvido com 57 clientes portadores de Mal de Hansen inscritos no Programa de Controle da Doença, no município de Severínia, Estado de São Paulo, que apresentavam irregularidade ao comparecimento, correspondendo a 39,5%. Levantaram-se as variáveis: sexo, idade, estado civil, ocupação, forma clínica e tipo de tratamento. O motivo de não comparecerem foi avaliado através de entrevistas semiestruturadas, realizadas nos domicílios. Os resultados apontaram como elementos importantes: acreditar na cura através do uso da medicação e seus efeitos colaterais; os prejuízos financeiros em decorrência da falta de um dia de serviço; a justificativa da ausência no local de trabalho por meio do atestado médico; o longo período de tratamento relacionado a aparente involução das manchas e o uso de bebida alcóolica A população estudada era predominantemente do sexo masculino (71,9%), entre a faixa etária de 20 a 49 anos (54,3%), casados (70,7%) com ocupação de lavradores (36,8%) e do lar (24,5%), evidenciando as formas clínicas I (43,8%), V ou D (34,5%). Quanto ao tratamento 33,3% dos portadores de hanseníase recebiam o esquema terapêutico da poliquimioterapia. A pesquisa sugere realização de novos estudos direcionados a busca de medidas efetivas a fim de melhorar a assistência aos portadores de hanseníase e a sua família.

https://doi.org/10.47878/hi.2003.v28.35306
PDF

Referências

1 BELDA, W. A endemia de hanseníase no Estado de São Paulo, situação atual tendência secular; 1924-1970. São Paulo, 1974. Tese (Doutor). Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. 210p.
2 BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria Nacional de Programas Especiais, Divisão Nacional de Dermatologia Sanitária. Controle da Hanseníase: uma proposta de interação ensino-serviço. Rio de Janeiro, 1989. 124p.
3 BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica de Dermatologia Sanitária. Guia para utilização de
medicamentos e imunobiológicos na área de hanseníase. Brasília, 2001. 74p.
4 CESTARI, T.F.; FERREIRA,J.; LOUREIRO, R. Epidemiologia de hanseníase no Rio Grande do Sul. An. bras. Derm, v.64, n.2, p.271-274, 1989.
5 CRISTOFOLINI, L.; OGOSKU, E.F. A enfermagem na hanseníase. Salusvita, v.7, n.1, p.99-112, 1988.
6 CRISTOFOLINI, L. Pacientes em quimioterapia anti-hansênica: problemas nasais. São Paulo, 1991. Tese (Doutor). Universidade de
São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. 110p.
7 FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1990.
8 LANA, F.C.F. Organização tecnológica do trabalho em hanseníase com a introdução da poliquimioterapia. Ribeirão Preto, 1992. Dissertação (Mestre). Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. 217p.
9 LESSA, Z.L Hanseníase e educação em saúde: o confronto entre o conhecimento científico, empírico e tecnológico. São Paulo, 1986. Dissertação (Mestre). Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. 339p. 78 Hansenologia Internationalis
10 LOMBARDI, C. (coord.). Hanseníase: epidemiologia e controle. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 1990. p.13-30. História Natural da Hanseníase.
11 LOWE, J. Comenents on the history of leprosy. Leprosy Rev., v.1.n.2-3, p. 54-64, 1944.
12 MENDES GONÇALVES, R.B. Tecnologia e organização social das práticas de saúde: características tecnológicas do processo de trabalho na rede estadual de Centros de Saúde de São Paulo. São Paulo, 1986. Tese (Doutor). Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. 416p.
13 NEMES, M.I.B. A hanseníase e as práticas sanitárias em São Paulo: 10 anos de subprograma de controle da hanseníase na Secretaria de Estado da Saúde (1977-1987). São Paulo: USP, 1989. Dissertação (Mestre). Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. 194p.
14 OLIVEIRA, M.H.P. Incapacidades físicas em portadores de hanseníase. Ribeirão Preto,1987. Tese (doutorado). Universidade de
São Paulo. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. 111p.
15 ________. Reações emocionais dos hansenianos portadores de deformidades físicas. Hansen. int, v.15, n.1-2, p. 16-23, 1990.
16 ________. Associação entre atividades ocupacionais dos hansenianos e incapacidades físicas. Rev. bras. Enf., v.46, n. 3-4, p. 279-84,
Jul/Dez., 1993.
16 OPROMOLLA, D.V.A. Noções de hansenologia. Bauru: Instituto Lauro de Souza Lima, 2000.
17 ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DA SAÜDE. Manual para o controle da lepra. 2ed. Washington: OPAS/OMS, 1989. 124p.
18 PEDROSA, L.A.K. Crenças das pessoas portadoras de hanseníase sobre sua doença: base para a compreensão de suas ações em saúde. Ribeirão Preto, 1991. Dissertação (Mestre). Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. 157p.

Este periódico está licenciado sob uma Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Downloads

Não há dados estatísticos.