Qualidade de vida, sintomas depressivos e incapacidade física de pacientes com hanseníase

Autores

  • Eliana Maria Gaudenci Mestre em atenção à saúde, docente da graduação em Enfermagem pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM.
  • Giovana Gaudenci Nardelli Mestranda em Atenção à Saúde pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM.
  • Omar Pereira de Almeida Neto Mestre em atenção à saúde, docente da Universidade Federal de Uberlândia.
  • Bruna Stephanie Sousa Malaquias Acadêmica em Enfermagem pelas Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM.
  • Bárbara Tallita Carvalho Acadêmica em Enfermagem pelas Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM.
  • Leila Aparecida Kauchakje Pedrosa Doutora, docente associada da Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM.

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.2015.v40.36175

Palavras-chave:

Hanseníase, Qualidade de vida, Perfil de Saúde

Resumo

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa com evolução lenta e de natureza crônica, causando impacto no cotidiano dos sujeitos, como sofrimento, abandono, deformidades físicas e problemas psicossociais. Objetivos: Descrever o perfil clínico e socioeconômico, avaliar a qualidade de vida (QV), ocorrência de transtornos depressivos e o grau de incapacidade física de pessoas com hanseníase e suas correlações. Métodos: Estudo transversal, quantitativo, descritivo e analítico, desenvolvido no município de Uberaba (MG), em um centro de saúde especializado. Após o consentimento dos participantes foram realizadas entrevistas com aplicação dos questionários: Clínico e Socioeconômico; Inventário de depressão de Beck- BDI para avaliação dos graus de depressão; Questionário WHOQOL-bref para avaliação da QV. Posteriormente, o Formulário de Classificação de Incapacidades Físicas (IFH) foi preenchido por meio da revisão de prontuários. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética local nº 2173/2014. Análises estatísticas descritivas foram realizadas. Resultados: 32 pacientes participaram do estudo, destes 59,4% eram do sexo masculino; manchas na pele ocorreram em 43,8% da amostra. Em relação ao IFH, 37,5% eram de grau I; a QV obteve menor escore no domínio físico do WHOQOL-bref (11,54 ±2,22). O BDI evidenciou que 68,7 % dos pacientes não apresentavam sintomas depressivos. As correlações entre QV e IFH foram negativas e significantes (p<0,01) nos domínios físico, psicológico e relações sociais. Conclusão: Os resultados possibilitaram conhecer melhor a população e sua realidade. A hanseníase atinge homens e mulheres, a QV e o indicativo de depressão têm correlação com a idade mais avançada, com o maior grau de incapacidade, com a menor renda familar, com a escolaridade mais baixa e com a capacidade produtiva dos indivíduos. A avaliação dos pacientes deve ser feita de maneira rotineira e humanizada, para que ocorra o diagnóstico precoce com a busca ativa de casos, recursos que devem ser priorizados pelas equipes multidisciplinares de sáude.

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Publicado

30-11-2015

Como Citar

1.
Gaudenci EM, Nardelli GG, Almeida Neto OP de, Malaquias BSS, Carvalho BT, Pedrosa LAK. Qualidade de vida, sintomas depressivos e incapacidade física de pacientes com hanseníase. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2015 [citado 19º de abril de 2024];40(2):48-5. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/36175

Edição

Seção

Artigos originais