Aspectos clínicos e diagnósticos da hanseníase primariamente neural

Autores

  • José Antonio Garbino This study is part of the research on peripheric neuropathles of the Rehabilitation Division, Lauro de Souza Lima Institute
  • Somei Ura Medical Doctor, specialist in Rehabilitation Medicine and Clinical Neurophislology, Lauro de Souza Lima Institute. Post-graduate student in the Infection and Public Health Program of the Coordenaria dos Institutos de Pesquisa, Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
  • Andréa de Faria Fernandes Belone Medical Doctor, Dermatologist and Researcher, Lauro de Souza Lima Institute.
  • Lúcia Helena Soares Camargo Marciano Biologist and Researcher, Lauro de Souza Lima Institute. Doctor in Pathology.
  • Raul Negrão Fleury Occupational Therapist and Researcher, Lauro de Souza Lima Institute. Master in Rehabilitation.

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.2004.v29.36384

Palavras-chave:

hanseníase, neuropatia, biópsia de nervo

Resumo

Neste trabalho foram acompanhados clinicamente 33 pacientes com a idade de nove a 87 anos, 28 masculinos e cinco femininos , suspeitos de hanseníase, com neuropatia periférica, sem lesão de pele evidente e sem baciloscopia e biópsia de pele posit ivas, durante o perco= do de 1994 -2004. Todos foram submet idos aos exames dermatológico, neurológico, neurof isiológico, reação de Mitsuda e biópsia de nervo. As biópsias de nervo foram fixadas em FMA e ósmio e oscortes histológicos corados pela hematoxilina-eosina, Fite-Faraco e imunoistoquímica com anticorpo anti-BCG. O quadro clinico de polineuropatia ocorreu em 17 (51,51%) pacientes, mononeuropatia múltipla em 13 (39,39%) e mononeuropatia em 3 (9,1%). As colorações pela hematoxilina-eosina e o Fite-Faraco foram conclusivas para hanseníase em 10 (30,30%) pacientes, três deles apresentaram padrão Dimorfo, dois padrão Tuberculóide e nos restantes cinco não havia padrão histologico caracteristico e o diagnostico final dependeu da correlação clinico-histologica. O estudo imunoistoqufmico foi positivo em todos os casos com infiltrado inflamatório específico, e em um paciente com infiltrado inflamatório inespecífico, aumentando o diagnóstico de hanseníase para 33,33% (11). Durante o acompanhamento clínico dos 22 pacientes restantes, três tiveram o diagnóstico de hanseníase confirmado e nos demais 19 (57,57%) foi afastada a possibilidade de
hanseníase, passando a 42,43% (14) os pacientes com hanseníase primariamente neural. A hanseníase primariamente neural é uma manifestação incomum da hanseníase, e o seu diagnóstico é complexo. O acompanhamento clínico em conjunto com a melhora das técnicas do exame histopatológico do nervo oferece mais acuidade para a investigação dos casos suspeitos de hanseníase primariamente neural.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1 Hastings RC editor. Leprosy. Edinburg: Churchill Livingstone, 1985.
2 Kaur G, Girdhar BK, Girdhar A, Malaviya GN, Mukerjee A, Sengupta U, Desikan KV. A clinical, immunological and histological study of neuritic leprosy patients. Int j lepr 1991; 590):385-391.
3 Brake! WHV. Peripheral neuropathy in leprosy: The Continuing Challenge [thesis]. Utrechy: Universiteit Utrecht, Faculteit Geneeskunde; 1994.
4 Garbino JA. Manejo clinico das diferentes formas de comprometimento da neuropatia hanseniana. Hansen int 1998; (n° especial):93-99.
5 Nogueira LA. A case of isolated tuberculoid leprosy of brachial cutaneous nerve. Acta leprol 1990; 7(2):153-5.
6 Desikan KV, Anbalagan J, Maheshwarl PK. Pure neuritic leprosy of supraorbital nerve as unusual presentation. Indian j lepr 2001; 73(4):359-60.
7 Theuvenet WI, Finlay K, Roche P. Neuritis of the lateral cutaneous nerve In leprosy. Int j lepr 1993; 61(41:592-6.
8 Lehman LF, Orsini MBP, Nicholl ARJ. The development and adaptation of the Semmes-Weinstein monofilaments in Brazil. 1 hand ther 1993; 6:290-9.
9 Prince K Von, Butler B. Measuring sensory function of the hand In peripheral nerve injuries. Am j occup ther 1967; 21:385-395.
10 Falk B, Stalberg E, Bischoff C. Sensory nerve conduction studies with surface electrodes. Methods Clinical Neurophysiology 1994; 5(1): 1-20.
11 Lowy L. Processing of biopsies for leprosy bacilli) med lab technol; 1956; 13:558.
12 Narayanan RB, Girdhar BK, Malaviya GN, Sengupta U. In situ demonstration of mycobacterium leprae In leprosy lesions using monoclonal antibodies. Immunol lett 1990; 24:179-184.
13 Pagliari C, Duarte MIS, Sotto MN. Pattern of mycobacterial antigen detection In leprosy. Rev Inst Med Trop, São Paulo 1995; 37(11:7-12.
14 Lima LS, Campos NS. Diagnóstico da forma nervosa macular tuberculóide: tuberculóide minor, tuberculóide major, tuberculóide da infância. Rio de janeiro: Serviço Nacional de Lepra; 1944. p.117-132.
15 Mendes, ]P. Contribuição ao estudo das lesões nodulares da lepra tuberculóide infantil [tese]. Porto Alegre: Universidade de Porto Alegre. Faculdade de Medicina; 1956.
16 Singh G, Dash K, Grover S, Sangolll P. Skin patches heralding relapse In a treated case of neuritic leprosy. Lepr rev 1998; 64(41:400-1.
17 Ishida Y, PecorIni L, GugIleImeIIl E. Three cases of pure neuritic (PN) leprosy at detection In which skin lesions became visible during their course. Nihon Hansenbyo Gakkai Zasshl 2000; 69(21:101-6.
18 Petro TS. Neuritic leprosy - less common or we do not see B7 Indian j lepr 1998; 70(3):323.

Publicado

30-11-2004

Como Citar

1.
Garbino JA, Ura S, Belone A de FF, Marciano LHSC, Fleury RN. Aspectos clínicos e diagnósticos da hanseníase primariamente neural. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2004 [citado 16º de abril de 2024];29(2):124-36. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/36384

Edição

Seção

Artigos de investigação científica

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 3 4 5 6 7 8 > >>