Aspectos clínicos e diagnósticos da hanseníase primariamente neural
DOI:
https://doi.org/10.47878/hi.2004.v29.36384Palavras-chave:
hanseníase, neuropatia, biópsia de nervoResumo
Neste trabalho foram acompanhados clinicamente 33 pacientes com a idade de nove a 87 anos, 28 masculinos e cinco femininos , suspeitos de hanseníase, com neuropatia periférica, sem lesão de pele evidente e sem baciloscopia e biópsia de pele posit ivas, durante o perco= do de 1994 -2004. Todos foram submet idos aos exames dermatológico, neurológico, neurof isiológico, reação de Mitsuda e biópsia de nervo. As biópsias de nervo foram fixadas em FMA e ósmio e oscortes histológicos corados pela hematoxilina-eosina, Fite-Faraco e imunoistoquímica com anticorpo anti-BCG. O quadro clinico de polineuropatia ocorreu em 17 (51,51%) pacientes, mononeuropatia múltipla em 13 (39,39%) e mononeuropatia em 3 (9,1%). As colorações pela hematoxilina-eosina e o Fite-Faraco foram conclusivas para hanseníase em 10 (30,30%) pacientes, três deles apresentaram padrão Dimorfo, dois padrão Tuberculóide e nos restantes cinco não havia padrão histologico caracteristico e o diagnostico final dependeu da correlação clinico-histologica. O estudo imunoistoqufmico foi positivo em todos os casos com infiltrado inflamatório específico, e em um paciente com infiltrado inflamatório inespecífico, aumentando o diagnóstico de hanseníase para 33,33% (11). Durante o acompanhamento clínico dos 22 pacientes restantes, três tiveram o diagnóstico de hanseníase confirmado e nos demais 19 (57,57%) foi afastada a possibilidade de
hanseníase, passando a 42,43% (14) os pacientes com hanseníase primariamente neural. A hanseníase primariamente neural é uma manifestação incomum da hanseníase, e o seu diagnóstico é complexo. O acompanhamento clínico em conjunto com a melhora das técnicas do exame histopatológico do nervo oferece mais acuidade para a investigação dos casos suspeitos de hanseníase primariamente neural.
Downloads
Referências
2 Kaur G, Girdhar BK, Girdhar A, Malaviya GN, Mukerjee A, Sengupta U, Desikan KV. A clinical, immunological and histological study of neuritic leprosy patients. Int j lepr 1991; 590):385-391.
3 Brake! WHV. Peripheral neuropathy in leprosy: The Continuing Challenge [thesis]. Utrechy: Universiteit Utrecht, Faculteit Geneeskunde; 1994.
4 Garbino JA. Manejo clinico das diferentes formas de comprometimento da neuropatia hanseniana. Hansen int 1998; (n° especial):93-99.
5 Nogueira LA. A case of isolated tuberculoid leprosy of brachial cutaneous nerve. Acta leprol 1990; 7(2):153-5.
6 Desikan KV, Anbalagan J, Maheshwarl PK. Pure neuritic leprosy of supraorbital nerve as unusual presentation. Indian j lepr 2001; 73(4):359-60.
7 Theuvenet WI, Finlay K, Roche P. Neuritis of the lateral cutaneous nerve In leprosy. Int j lepr 1993; 61(41:592-6.
8 Lehman LF, Orsini MBP, Nicholl ARJ. The development and adaptation of the Semmes-Weinstein monofilaments in Brazil. 1 hand ther 1993; 6:290-9.
9 Prince K Von, Butler B. Measuring sensory function of the hand In peripheral nerve injuries. Am j occup ther 1967; 21:385-395.
10 Falk B, Stalberg E, Bischoff C. Sensory nerve conduction studies with surface electrodes. Methods Clinical Neurophysiology 1994; 5(1): 1-20.
11 Lowy L. Processing of biopsies for leprosy bacilli) med lab technol; 1956; 13:558.
12 Narayanan RB, Girdhar BK, Malaviya GN, Sengupta U. In situ demonstration of mycobacterium leprae In leprosy lesions using monoclonal antibodies. Immunol lett 1990; 24:179-184.
13 Pagliari C, Duarte MIS, Sotto MN. Pattern of mycobacterial antigen detection In leprosy. Rev Inst Med Trop, São Paulo 1995; 37(11:7-12.
14 Lima LS, Campos NS. Diagnóstico da forma nervosa macular tuberculóide: tuberculóide minor, tuberculóide major, tuberculóide da infância. Rio de janeiro: Serviço Nacional de Lepra; 1944. p.117-132.
15 Mendes, ]P. Contribuição ao estudo das lesões nodulares da lepra tuberculóide infantil [tese]. Porto Alegre: Universidade de Porto Alegre. Faculdade de Medicina; 1956.
16 Singh G, Dash K, Grover S, Sangolll P. Skin patches heralding relapse In a treated case of neuritic leprosy. Lepr rev 1998; 64(41:400-1.
17 Ishida Y, PecorIni L, GugIleImeIIl E. Three cases of pure neuritic (PN) leprosy at detection In which skin lesions became visible during their course. Nihon Hansenbyo Gakkai Zasshl 2000; 69(21:101-6.
18 Petro TS. Neuritic leprosy - less common or we do not see B7 Indian j lepr 1998; 70(3):323.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Este periódico está licenciado sob uma Creative Commons Attribution 4.0 International License.