Resumo
A principal conseqüência de uma incorreta classificação operacional refere-se aos pacientes MB quando classificados como PB. Esse trabalho tem como proposta estudara aplicabilidade das recomendações da Coordenação Nacional de Dermatologia Sanitária/Ministério da Saúde (CNDS/MS) quanto aos procedimentos para a classificação operacional comparando primeiro os procedimentos para a classificação operacional efetuados pelo Instituto Estadual de Dermatologia Sanitária -IEDS (Centro de referência) com o recomendado pela CNDS/MS. A seguir compara-se a classificação executada pelo IEDS, padrão ouro, com dois diferentes cenários de serviços de saúde do pals e finalmente compara-se os procedimentos da CNDS/MS com os realizados pelos técnicos de saúde do Estado de São Paulo. Esta última comparação foi realizada para demonstrar o grau de aderência dos serviços de saúde do Estado de São Paulo com os procedimentos recomendados pela CNDS/MS. A discordância observada entre a classificarão do IEDS e a preconizada pela CNDS/MS é de 3,5% por conta dos casos dimorfos e indeterminados. Se o resultado da baciloscopia fosse o único critério de alocação, 20% dos MB seriam classificados e tratados como PB, e dos PB 5% seriam tratados como MB. Se o teste com Mitsudina fosse usado como critério isolado dos MB 19% seriam classificados e tratados como PB. Nos PB, 10% seriam tratados como MB. A comparação da classificação do Estado de São Paulo contra a CNDS mostrou uma concordância de 95,8%. Os resultados apontam no sentido de que as recomendações da CNDS/MS contituem-se num método de classificação de casos que prescinde de grande variedade dematerial de consumo, de equipamentos ou técnicasmais elaboradas permitindo que o profissional no nível local decida com segurança se os pacientes são MB e ou PB além de serem plenamente aplicáveis numa grande rede de serviços públicos.
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