Desempenho funcional de pacientes com deformidades visíveis na hanseníase

Autores

  • Maria Fernanda Belkiman Pedro Terapeuta Ocupacional, Aprimoramento em Terapia Ocupacional, Instituto Lauro de Souza Lima, Bauru-SP.
  • Lúcia Helena Soares Camargoo Marciano Terapeuta Ocupacional, Doutora em Saúde Pública, Pesquisadora Científica VI do Instituto Lauro de Souza Lima - Bauru-SP.
  • Tatiani Marques Terapeuta Ocupacional, Especialização em Terapia da Mão. Instituto Lauro de Souza Lima, Bauru-SP.
  • Cristina Maria da Paz Quaggio Terapeuta Ocupacional. Doutoranda em Biologia Oral. Instituto Lauro de Souza Lima, Bauru-SP.
  • Susilene Maria Tonelli Nardi Terapeuta Ocupacional. Doutora em Ciências da Saúde/Epidemiologia. Instituto Adolfo Lutz, São José do Rio Preto-SP

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.2017.v42.34971

Palavras-chave:

Hanseníase, Atividades Cotidianas, Pessoas com Deficiência

Resumo

Esse estudo tem por objetivo avaliar a capacidade funcional da mão das pessoas atingidas pela hanseníase na realização das atividades básicas e instrumentais da vida diária. A amostra foi constituída por 50 pacientes, maiores de 18 anos, que estavam sendo acompanhados no ambulatório do Instituto Lauro de Souza Lima. Para avaliação das características sociodemográficas e clínicas foi elaborado um questionário próprio. As dificuldades manuais para realizar atividades nas áreas de vestuário, alimentação, higiene pessoal, cuidados com a casa, escrita e outros foram avaliados por meio da Avaliação Funcional das Mãos em Hanseníase. Os resultados demonstram que em todas as atividades houve algum grau de dificuldade, porém, a maioria dos pacientes as realiza com independência. As atividades consideradas mais difíceis de serem executadas pelos pacientes com garra ulnar foram: pegar objetos pequenos em superfície plana, abrir/fechar fecho de corrente e cortar unhas. Na população de pacientes com garra ulnar/mediano foram: pegar objetos pequenos em superfície plana, abotoar/desabotoar, dar laço/amarrar cadarço e abrir/fechar fecho de corrente. As atividades são realizadas com algum grau de dificuldade, porém, com independência pela maioria dos indivíduos que tem ou tiveram hanseníase e apresentam deformidades visíveis. Muitas dessas dificuldades podem ser minimizadas por meio de transferências tendinosas ou pela indicação, confecção e uso de tecnologia assistiva.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1. World Health Organization. Global leprosy update, 2015: time for action, accountability and inclusion. WklyEpidemiol Rec [Internet]. 2016 Sep [cited 2017 Feb 15]; 91(35):405-20. Available from: http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/249601/WER9135.pdf?sequence=1.
2. Raposo MT, Reis MC, Caminha AVdQ, Heukelbach J, Parker LA, Pastor-Valer o M, et al.(2018) Grade 2 disabilities in leprosy patients from Brazil: Need for follow-up after completion of multidrug therapy. PLoS Negl Trop Dis 12(7): e0006645. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0006645
3. Marciano LHS, Baccarelli R. Terapia ocupaciona em cirurgia da mão [Internet]. In: Duerksen F, Virmond M. Cirurgia reparadora e reabilitação em hanseníase. Bauru: Instituto Lauro de Souza Lima; 1997[cited 2017 mar 23]. p. 257-66. Available from: http://hansen.bvs.ilsl.br/textoc/livros/DUERKSEN,%20FRANK/mao/PDF/terap_mao.pdf
4. Lana FCF, Amaral EP, Franco MS, Lanza FM. Detecção da hanseníase no Vale do Jequitinhonha: Minas Gerais: redução da
tendência epidemiológica ou problemas operacionais para o diagnóstico?[Internet]. Hansen Int. 2004 [cited 2017 Fev 16];29(2):118-
23. Available from:www.ilsl.br/revista/download. php?id=imageBank/433-1530-1-PB.pdf.
5. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de saúde pública: manual técnico-operacional [Internet]. Brasília: MS; 2016 [cited 2017 Fev 26]. 58p. Availablefrom: http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2016/fevereiro/04/diretrizes-eliminacao-hanseniase4fev16-web.pdf
6. Ferreira TL, Alvarez RRA, Virmond MCL. Validação do questionário de avaliação funcional das mãos em hanseníase [Internet]. Rev Saúde Públ. 2012[cited 2017 Jan 30];46(3):435-45. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v46n3/3618.pdf.
7. Aquino DMC, Caldas AJM, Silva AAM, Costa JML. Perfil dos pacientes com hanseníase em área hiperendêmica da Amazônia do Maranhão. Rev Soc Bras Méd Trop.2003;36(1):57-64. doi: 10.1590/S0037-86822003000100009.
8. Rocha AKAA, Junior EDS, Novaes MM, Franco CIF. Análise de independência funcional em pacientes com neuropatia hansênica assistidos pelo centro de referência da cidade de Campina Grande – Paraíba. Rev Saúde e Biol. 2004;9(3):8-16.
9. Nogueira PSF. Análise da capacidade funcional de idosos com hanseníase através de três instrumentos [thesis] [Internet]. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará; 2015 [cited 2017 Jan 30]. Available from: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/17734.
10. Ikehara E, Nardi SMT, Ferrigno ISV, Pedro HSP, Paschoal VDA. Escala Salsa e grau de Incapacidades da Organização Mundial de
Saúde: avaliação da limitação de atividades e deficiências na hanseníase. Acta Fisiatr. 2010;17(4):169-74. doi: 10.5935/0104-7795.20100001.
11. Duarte MTC, Ayres J, Simonetti JP. Perfsocioeconômico e demográfico de portadores de hanseníase atendidos em consulta de
enfermagem. Rev Latino-Am Enfermagem. 2007;15:774-9. doi: 10.1590/S0104-11692007000700010.
12. Gonçalves SD, Sampaio RF, Antunes CMF. Fatores preditivos de incapacidades em pacientes com hanseníase [Internet]. Rev Saúde Públ. 2009[cited 2017 Mar 12];43(2): 267-74. Availablefrom: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v43n2/119.pdf.
13. Xavier MB, Tavares NCS, Corrêa SC, Gonçalves BK, Ramos MMAB, Macedo GMM. Correlação entre as formas clínicas da hanseníase e o grau de incapacidade neurológica [Internet]. Rev Para Med. 2014 [cited 2017 Fev 26];28(2):15-21. Available from: http://files.bvs.br/upload/S/0101-5907/2014/v28n2/a4253.pdf.
14. Moschioni C, Antunes CMF, Grossi MAF, Lambertucci JR. Risk factors for physical disability at diagnosis of 19,283 new cases of
leprosy. RevSocBrasMed Trop. 2010;43(1):19-22. doi: 10.1590/S0037-86822010000100005.
15. Carvalho GA, Alvarez RRA. Avaliação de incapacidades físicas neuro-músculoesqueléticas em pacientes com hanseníase
[Internet]. Hansen Int. 2000[cited 2017 Fev 26];25(1):p 39-48. Available from: www.ilsl.br/revista/download.php?id=imageBank/516-
1716-1-PB.pdf.
16. Rao PS, Subramanian M, Subramanian G. Deformity incidence in leprosy patientstrated with multidrug therapy. Indian J Lepr.1994;66(4):449-54.
17. Corrêa BJ, Marciano LHSC, Nardi ST, Marques T, Assis TF, Prado RBR. Associação entre sintomas depressivos, trabalho e grau de incapacidade na hanseníase. Acta Fisiatr. 2014;21(1):p 1-5. doi: 10.5935/0104-7795.20140001.
18. Prado GD, Prado RBR, Marciano LHSC, Nardi SMT, Cordeiro JA, Monteiro HL. WHO disability grade does not influence physical activity in Brazilian leprosy patients [Internet]. Lepr Rev. 2011[cited 2017 Jan 30];82(4):270-8. Available from: https://www.lepra.org.uk/platforms/lepra/files/lr/Sept11/1456.pdf.
19. Duerksen F, Virmond M. Cirurgia reparadora e reabilitação em hanseníase [Internet]. Bauru: Instituto Lauro de Souza Lima; 1997[cited 2017 Jan 26]. Capítulo 24, Fisiopatologia da mão em hanseníase; p. 199-202. Available from: http://hansen.bvs.ilsl.br/textoc/livros/DUERKSEN,%20FRANK/mao/PDF/fisiopat_mao.pdf.
20. Caetano EB. Anatomia funcional da mão. In: Pardini Junior AG. Traumatismos da mão. 2ed. Rio de Janeiro: MEDSI; 1992.p. 9-62.
21. Jablonki B. A divisão de tarefas domésticas entre homens e mulheres no cotidiano do casamento. Rev Psicol Ciênc Prof.2010;30(2):262-75.doi: 10.1590/S1414-98932010000200004.
22. Soares EF, Novais TO, Freire MCM. Hábitos de higiene bucal e fatores relacionados em adultos de nível socioeconômico baixo
[Internet]. Rev Odontol Unesp. 2009 [cited 2017 Jan 26];38(4):228-34. Available from: http://s3.amazonaws.com/host-article-assets/
rou/588018927f8c9d0a098b4ceb/fulltext.pdf.

Downloads

Publicado

30-11-2017

Como Citar

1.
Pedro MFB, Marciano LHSC, Marques T, Quaggio CM da P, Nardi SMT. Desempenho funcional de pacientes com deformidades visíveis na hanseníase. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2017 [citado 28º de março de 2024];42(1/2):19-27. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/34971

Edição

Seção

Artigos de investigação científica

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>