Hanseníase: Comparação Entre a Classificação Operacional no Sistema de Informação de Agravos de Notificação e o Resultado da Baciloscopia

Autores

  • Heloisa da Silveira Paro Pedro Mestre, Instituto Adolfo Lutz– Laboratório Regional de São José do Rio Preto.
  • Susilene Maria Tonelli Nardi Mestre, Instituto Adolfo Lutz– Laboratório Regional de São José do Rio Preto/Instituto Lauro de Souza Lima- Bauru-SP.
  • Maria Izabel Pereira Ferreira Especialista em Saúde Pública, Instituto Adolfo Lutz– Laboratório Regional de São José do Rio Preto.
  • Maria do Rosário Assad Goloni Especialista em Saúde Pública, Instituto Adolfo Lutz– Laboratório Regional de São José do Rio Preto.
  • Erina Aparecida Rissate Ferreira Centro de Investigação de Microrganismos da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.
  • Antonio Ruffino Netto Antonio Ruffino Netto, doutor, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP).

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.2009.v34.36229

Palavras-chave:

hanseníase, Mycobacterium leprae, Prevenção & Controle, Notificação de Doenças, Sistemas de Informação

Resumo

O estudo objetivou comparar a classificação operacional paucibacilar e multibacilar, descrita no Sistema de Informação de Agravos de Notificação-SINAN, com o resultado da baciloscopia (positivo/negativo) obtido pelo serviço de referência regional, Instituto Adolfo Lutz de São José do Rio Preto-SP. Trata-se de estudo descritivo e retrospectivo que utilizou como fonte de coleta, o livro de registros do Instituto Adolfo Lutz e a base de dados do SINAN dos casos notificados nos 32 municípios da microrregião de São José do Rio Preto, no período de 02/01/2004 a 31/12/2005. De 231 casos notificados, 1,7% (n=4) eram conhecidos apenas pelo Instituto Adolfo Lutz; 42% (n=97) apenas pelo SINAN e 56,3% (n=130) pelas duas fontes de informação. Destes, 19,2% (25/130) tinham baciloscopia positiva, sendo 0,8% (1/130) paucibacilar; 78,3% (105/130) tinham baciloscopia negativa, sendo 43,3% (58/130) multibacilar. Os casos conhecidos apenas pelo Instituto Adolfo Lutz (n=4) tinham baciloscopia positiva. Dos 42% (n=97) conhecidos apenas pelo SINAN, 54,2% foram classificados como multibacilar. Encontrou-se as seguintes discordâncias: um (0,8%) caso com baciloscopia positiva e classificado como paucibacilar; quatro casos (1,7%) com baciloscopia positiva que não foram notificados no SINAN e 42% (n=97) não realizaram baciloscopia no Instituto Adolfo Lutz. Conclui-se que o laboratório deveria estar integrado com a operacionalização das ações do programa de controle da hanseníase, em especial para que o exame de baciloscopia colabore efetivamente com o diagnóstico clínico primando assim para a consolidação de uma rede de assistência mais completa.

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Publicado

30-11-2009

Como Citar

1.
Pedro H da SP, Nardi SMT, Ferreira MIP, Goloni M do RA, Ferreira EAR, Netto AR. Hanseníase: Comparação Entre a Classificação Operacional no Sistema de Informação de Agravos de Notificação e o Resultado da Baciloscopia. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2009 [citado 19º de abril de 2024];34(2):13-9. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/36229

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