Resumo
Os autores avaliaram todos os exames de condução nervosa do nervo tibial dos pacientes com suspeita de neuropatia da hanseníase, aguda ou subaguda, atendidos no Ambulatório de Hansenologia do Instituto Lauro de Souza Lima (ILSL) no período de dois anos. Foram incluídos 75 pacientes, 52 masculinos e 23 femininos, com média de idade de 44,5 anos (21 a 73 anos), totalizando 150 nervos. Procurou-se caracterizar o comprometimento neurofisiológico individualizando-se os ramos plantar medial (PM) e plantar lateral (PL), observou-se que o mais envolvido foi o PL com 57,4%, seguido do PM com 42,6%. O tipo de lesão nervosa mais frequente foi a de predomínio axonal, com 66%, seguida pela mielínica, com 28,7%. O envolvimento mais freqüente e desproporcional do ramo PL, além de evidenciar o caráter compressivo do comprometimento do tibial no túnel do tarso, remete a uma mononeuropatia múltipla compressiva nos membros inferiores. A alta prevalência do comprometimento do nervo tibial foi considerada uma marca da doença, da mesma forma que a neuropatia ulnar.
Referências
2. Garbino JA, Opromolla DVA. Monitoração da neuropatia da hanseníase. In: Opromolla DVA, Baccarelli R, organizadores. Prevenção de incapacidades e reabilitação em hanseníase. 2ª ed. Bauru - SP: Instituto Lauro de Souza Lima; 2003. p. 33-6.
3. Garbino JA. Neuropatia Hanseniana: aspectos fisiopatológicos, clínicos, dano neural e regeneração. In: Opromolla DVA. Noções de Hansenologia. Bauru: Centro de Estudos “Dr. Reynaldo Quagliato”; 2000. p. 79-89.
4. Oh SJ, Meyer RD. Entrapment neuropathies of the tibial (posterior tibial) nerve. NeurolClin. 1999 Aug; 17(3):593-615.
5. Garbino JA. Marques W Jr. A neuropatia da hanseníase. In: Alves ED, Ferreira TL, Ferreira IN, organizadores. Hanseníase: avanços e desafios. Brasília: Editora Universidade de Brasília; 2014. p. 215-29.
6. Marques W Jr, Garbino JA. Neurites da hanseníase. In: Melo-Souza SE, Pagioli E Neto, Cendes F, organizadores. Tratamento das doenças neurológicas. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2013. p. 635-8.
7. Felsenthal G, Butler DH, Shear MS. Across-tarsal--tunnel motor-nerve conduction technique. Arch Phys Med Rehabil. 1992;73(1):64-9.
8. Lew HL, Tsai SJ. Guia ilustrado de técnicas de condução nervosa. In: Pease WS, Lew HL, Johnson EW. Eletromiografia prática. 4ª ed. Rio de Janeiro: Di Livros Editora Ltda; 2008.p. 223-66.
9. Garbino JA, Naafs B, Ura S, Salgado MH, Virmond M. Neurophysiological patterns of ulnar nerve neuropathy in leprosy reactions. Lepr Rev. 2010 Sept;81(3):206-15.
10. Tankisi H, Pugdahl K, Fuglsang-Frederiksen A,Johnsen B, Carvalho M, Fawcett PR, et al. Pathophysiology inferred from Electrodiagnostic nerve tests and classification of polyneuropathies: suggested guidelines. Clin Neurophysiol. 2005;116(7):1571-80.
11. Garbino JA, Naafs B, Salgado MH, Ura S, Virmond M, Schestatsky P. Association between neuropathic pain and a-waves in leprosy patients with type 1 and 2 reactions. J Clin Neurophysiol. 2011 Jun;28(3):329-32
12. Baccarelli R, Marciano LHSC, Garbino JA. Avaliação e monitoração das deficiências. In: Greve JMD, organizadora. Tratado de Medicina de Reabilitação. São Paulo: Roca; 2007. v.1. p. 1128-34.
13. Oh JS. Neuropathies of the foot. Clin Neurophysiol. 2007;118(5):954-80.
Este periódico está licenciado sob uma Creative Commons Attribution 4.0 International License.