Hanseníase multibacilar com baciloscopia dos esfregaços negativa: a importância de se avaliar todos os critérios antes de se definir a forma clínica

Autores

  • Jaison A. Barreto
  • Carine Veloso de Carvalho
  • Milton Cury Filho
  • José Antônio Garbino
  • Maria Esther Salles Nogueira
  • Cleverson Teixeira Soares

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.2007.v32.35197

Palavras-chave:

Hanseníase dimorfa, classificação, biópsia, sorologia

Resumo

Homem de 36 anos de idade, procedente de Bauru-SP, refere que há 4 meses apresenta bolhas periungueais em mão esquerda associadas à perda de sensibilidade local; evolui com reabsorção parcial e progressiva de todas as falanges distais desta mão. Procurou serviço médico por várias vezes, sendo prescritos apenas antibióticos para as infecções nas falanges. Ao exame físico, reabsorção de falanges distais em mão esquerda, ausência alterações motoras de origem neural, presença de múltiplas máculas e placas hipocrômicas em nádegas e membros superiores e inferiores, além de discreta perda de sensibilidade em ambos os pés. As duas primeiras biópsias em duas máculas mostraram quadro compatível com hanseníase indeterminada, com baciloscopia da biópsia negativa, e uma terceira revelou hanseníase na faixa tuberculóide com baciloscopia 1+. As baciloscopias de pontos índices e das lesões foram todas negativas. A reação de Mitsuda foi de 3,5mm, e o Teste Ml-Flow mostrou positividade 3+. O quadro neurológico era de uma neuropatia sensitiva do membro superior esquerdo, e o estudo neurofisiológico evidenciou uma mononeuropatia múltipla sensitiva e motora do membro superior esquerdo com comprometimento dos nervos ulnar e mediano. O ramo dorsal do nervo ulnar foi submetido à biópsia que demonstrou quadro histológico inflamatório não granulomatoso, mas com baciloscopia 4+ com muitos bacilos típicos. Discute-se a importância de se avaliar todos os critérios antes de se definir a forma clínica de uma doença sistêmica como a hanseníase.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1. Hastings RC, editor. Leprosy, 2nd ed. New York: Churchill Livingstone; 1994. p. 193-224.
2. Ridley DS. Skin biopsy in leprosy, 2nd ed. Switzerland: CIBAGEIGY; 1987.
3. Starlz TE, Zinkernagel RM. Antigen localization and migration in immunity and tolerance. N Engl J Med 1998; 339:1905-13.
4. Khanolkar-Young S, Snowdon D, Lockwood DNJ. Immunocytochemical localization of inducible nitric oxide synthase and transforming growth factor-beta (TFG-β) in leprosy lesions. Clin Exp Immunol 1998; 113:438-42.
5. Silva CL, Faccioli LH, Foss NT. Suppression of human monocyte cytokine release by phenolic glycolipid-1 of Mycobacterium leprae. Int J Lepr 1993; 61(1):107-8.
6. Roitt I, Brostoff J, Male D. Imunidade às bactérias e aos fungos. In: Imunologia 5a ed. São Paulo:Manole; 1999. p. 229-42.
7. Marques Jr W. Leprosy neuropathy. Advances in clinical neurophysiology. Clinical Neurophysiology 2002 (Supplement); 54:91-6.
8. Oliveira ALCRD. Ramo cutâneo dorsal do nervo ulnar (RCDU): Alternativa para biópsia diagnóstica em neuropatias periféricas [Tese de Doutorado]. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo – USP; 2000.
9. Jardim MR; Antunes SLG; Simons B; Wildenbeest JG; Nery JAC; Illarramendi X; Moraes MO; Martinez NA; Oskam L; Faber WR; Sarno EM; Sampaio EP; Bührer-Sékula S. Role of PGL-I antibody detection in the diagnosis of pure neural leprosy. Lepr Rev. 2005 Sep; 76 (3):232-40.

Downloads

Publicado

30-06-2007

Como Citar

1.
Barreto JA, Carvalho CV de, Filho MC, Garbino JA, Nogueira MES, Soares CT. Hanseníase multibacilar com baciloscopia dos esfregaços negativa: a importância de se avaliar todos os critérios antes de se definir a forma clínica. Hansen. Int. [Internet]. 30º de junho de 2007 [citado 28º de março de 2024];32(1):75-9. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/35197

Edição

Seção

Seção anátomo-clínica

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 3 > >>