Estudo dos indivíduos e suas variáveis clínico-histopatológicas relacionadas ao aumento do risco de reação hansênica durante poliquimioterapia em área endêmica do nordeste do Brasil
pdf

Palavras-chave

Hanseníase
Estudos prospectivos
Quimioterapia combinada
Patologia

Como Citar

1.
Cilento JNM, Valente NYS, Mota G de LP, Melo MCAM de, Mariano e Silva AW, Vidal LF. Estudo dos indivíduos e suas variáveis clínico-histopatológicas relacionadas ao aumento do risco de reação hansênica durante poliquimioterapia em área endêmica do nordeste do Brasil. Hansen. Int. [Internet]. 20º de junho de 2024 [citado 21º de dezembro de 2024];49:1-19. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/39416

Resumo

Introdução: a hanseníase apresenta potencial incapacitante secundário às reações hansênicas. Existe considerável número de indivíduos com episódios recorrentes de reação durante o tratamento. Objetivo: identificar características clínicas e histopatológicas que diferenciem pacientes com reação hansênica ou não. Método: estudo prospectivo de julho/2015 a dezembro/2016, com avaliação de indivíduos com diagnóstico novo de hanseníase atendidos no serviço de dermatologia do Complexo Hospitalar Clementino Fraga, na cidade de João Pessoa, Paraíba, Brasil. Os sujeitos foram classificados segundo os critérios de Ridley-Jopling/Madrid e por classificação operacional. Realizaram exame histopatológico no momento do diagnóstico e após 12 meses, e reavaliados após 6 e 12 meses do diagnóstico. Resultados: o grupo sem reação apresentou maior número de lesões com nítida delimitação. Observou-se predomínio das formas multibacilares entre indivíduos com reação. Quanto ao grau de incapacidade, o grupo com reação apresentou maior número de indivíduos com grau de incapacidade maior que zero. No grupo sem reação, encontrou-se menor frequência de fatores predisponentes. Notou-se correlação positiva do índice baciloscópico de biópsia cutânea com a ocorrência de reações. Discussão: a ausência de delimitação periférica das lesões pode se correlacionar com o surgimento de reação hansênica. O predomínio de reação entre os indivíduos que apresentavam grau de incapacidade maior que zero sugere associação de deficiência física e doença multibacilar. A ausência de fatores predisponentes aponta menor risco de reação hansênica. Observou- se correlação positiva do índice baciloscópico da biópsia com a ocorrência das reações. Conclusão: a significativa prevalência de reações graves enfatizam a importância do estudo contínuo da hanseníase e a necessidade de identificar precocemente as características clínicas sugestivas de reações hansênicas.

https://doi.org/10.47878/hi.2024.v49.39416
pdf

Referências

1. Lastória JC, Abreu MAMM. Hanseníase: revisão dos aspectos laboratoriais e terapêuticos - parte 2. An Bras Dermatol. 2014 Jun 1;89(3):389-401.

2. Ambrosano L, Santos MAS, Machado ECFA, Pegas ES. Epidemiological profile of leprosy reactions in a referral center in Campinas (SP), Brazil, 2010-2015. An Bras Dermatol. 2018 Jun;93(3):460-1.

3. Penna GO, Pinheiro AM, Nogueira LS, Carvalho LR, Oliveira MB, Carreiro VP. Clinical and epidemiological study of leprosy cases in the University Hospital of Brasília: 20 years – 1985 to 2005. Rev Soc Bras Med Trop. 2008;41(6):575-80.

4. Maymoma MB, Venkatesh S, Laughter M, Stryjewska BM, Dunnick CA, Dellavalle RP. Leprosy: treatment and management of complications. J Am Acad Dermatol. 2020;83(1):17-30.

5. Khadge S, Banu S, Bobosha K, Ploeg-van Shipp JJ, Goulart IM, Thapa P, et al. Longitudinal immune profiles in type 1 leprosy reactions in Bangladesh, Brazil, Ethiopia and Nepal. BMC Infect Dis. 2015 Oct 28;15(1).

6. Froes Junior LAR, Sotto MN, Trindade MAB. Hanseníase: características clínicas e imunopatológicas. An Bras Dermatol. 2022 May 1;97(3):338-47.

7. Dupnik KM, Bair TB, Maia AO, Amorim FM, Costa MR, Keesen TSL, et al. Transcriptional changes that characterize the immune reactions of leprosy. J Infect Dis. 2014 Nov 14;211(10):1658-76.

8. Feuth M, Brandsma JW, Faber WR, Bhattarai B, Feuth T, Anderson AM. Erythema nodosum leprosum in Nepal: a retrospective study of clinical features and response to treatment with prednisolone or thalidomide. Lepr Rev. 2008 Sep 1;79(3):254-69.

9. Motta AC, Furini RB, Simão JC, Ferreira MA, Komesu MC, Foss NT. The recurrence of leprosy reactional episodes could be associated with oral chronic infections and expression of serum IL-1, TNF-alpha, IL-6, IFNgama and IL-10. Braz Dent J. 2010;21(2):158-64.

10. Motta AC, Pereira KJ, Tarquinio DC, Vieira MB, Miyake K, Foss NT. Leprosy reactions: coinfections as a possible risk factor. Clinics. 2012;67(10):1145-48.

11. Talhari SG, Penna GO, Gonçalves HS, Oliveira ML. Hanseníase. 5. ed. Manaus: Di Livros Editora; 2015.

12. Nery JA, Bernardes Filho F, Quintanilha J, Machado AM, Oliveira SS, Sales AM. Understanding the type 1 reactional state for early diagnosis and treatment: a way to avoid disability in leprosy. An Bras Dermatol. 2013;88(5):787-92.

13. Mungroo MR, Khan NA, Siddiqui R. Mycobacterium leprae: pathogenesis, diagnosis, and treatment options. Microb Pathog. 2020 Sep;149:104475.

14. Putinatti MS, Lastoria JC, Padovani CR. Prevention of repeated episodes of type 2 reaction of leprosy with the use of thalidomide 100 mg/day. An Bras Dermatol. 2014;89(2):266-72.

15. Santos ALS, Pereira IV, Ferreira AMR, Palmeira IP. Percepções de portadores de hanseníase sobre as reações hansênicas e o cuidado de si. Rev Pan-Amaz Saúde. 2018 May;9(4):37-46.

16. Rodrigues R, Heise E, Hartmann LF, Rocha G, Olandoski M, Stefani M, et al. Prediction of the occurrence of leprosy reactions based on Bayesian networks. Front Med. 2023;10:1233220.

17. Luo Y, Kiriya M, Tanigawa K, Kawashima A, Nakamura Y, Ishii N, et al. Host-related laboratory parameters for leprosy reactions. Front Med. 8:694376.

18. Teixeira MAG, Silveira VM, França ER. Características epidemiológicas e clínicas das reações hansênicas em indivíduos paucibacilares e multibacilares, atendidos em dois centros de referência para hanseníase, na Cidade de Recife, Estado de Pernambuco. Rev Soc Bras Med Trop. 2010 Jun;43(3):287-92.

19. Putri AI, de Sabbata K, Agusni RI, Alinda MD, Darlong J, de Barros B, et al. Understanding leprosy reactions and the impact on the lives of people affected: an exploration in two leprosy endemic countries. PLOS Negl Trop Dis. 2022 Jun 13;16(6):e0010476.

20. Queiroz TA, Carvalho FPB, Simpson CA, Fernandes ACL, Figueirêdo DLA, Knackfuss MI. Perfil clínico e epidemiológico de pacientes em reação hansênica. Rev Gaúcha Enferm. 2015;36(spe):185-91.

21. Van Veen NH, Meima A, Richardus JH. The relationship between detection delay and impairment in leprosy control: a comparison of patient cohorts from Bangladesh and Ethiopia. Lepr Rev. 2006;77(4):356-65.

22. Moschioni C, Antunes C, Grossi MP, Lambertucci JR. Risk factors for physical disability at diagnosis of 19,283 new cases of leprosy. 2010 Feb 1;43(1):19-22.

23. Monteiro LD, Alencar CH, Barbosa JC, Novaes CCBS, Silva RCP, Heukelbach J. Limited activity and social participation after hospital discharge from leprosy treatment in a hyperendemic area in north Brazil. Rev Bras Epidemiol. 2014 Mar;17(1):91-104.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 Juliana Nunes Maciel Cilento, Neusa Yuriko Sakai Valente, Gabriela de Lira Pessoa Mota, Maria Carolina Alves Monteiro de Melo, Alana Wanderley Mariano e Silva, Linácia Freitas Vidal

Downloads

Não há dados estatísticos.