Avaliação da situação da hanseníase no município de Londrina de 1997 a 2001: aspectos epidemiológicos, operacionais e organizacionais

Autores

  • Maria Priscila Amed Ali Barro Fisioterapeuta do Centro Integrado de Doenças Infecciosas de Londrina - PR. Especialista em Saúde Coletiva.

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.2004.v29.36380

Palavras-chave:

hanseníase, epidemiologia, prevenção e controle

Resumo

Estudo descritivo objetivando obter um perfil do paciente hanseniano e avaliar o programa de controle da hanseníase do município de Londrina no período de 1997 a 2001. Foram utilizados dados eletrônicos de 459 fichas cadastradas no Sistema de Informações de Agravos de Notificação do Setor de Dermatologia Sanitária. A análise do programa foi baseada nos parâmetros epidemiológicos, operacionais e organizacionais definidos
pelo Ministério da Saúde. Constatou-se que o perfil do paciente hanseniano era de uma maioria masculina (56,0%), entre 35 a 54 anos (42,0%), com escolaridade até o 1° grau (63,0%), apresentando predominantemente as formas tuberculóide (33,3%) e virchowiana (26,6%), chegando ao serviço encaminhado por outros serviços de saúde (80,0%). Verificou-se uma diminuição da prevalência (2,8 para 1,6/10.000 habitantes) e do coeficiente de detecção (2,3 para 1,5/10.000 habitantes), esse entretanto, permanece alto, apontando para uma prevalência da endemia devido à alta detecção de formas tuberculóides. Pacientes avaliados quanto ao grau de incapacidade no diagnóstico aumentaram consideravelmente. A alta por cura foi considerada boa para os paucibacilares e regular para os multibacilares. No geral, o serviço foi considerado de boa qualidade, no entanto falhas na aderência ao tratamento, na busca de casos índices, na divulgação sobre a hanseníase e na falta de integração com outros serviços foram detectadas. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1 Carvalho GA, Alvarez RR. A avaliação de incapacidades físicas neuromúsculo-esqueléticas em pacientes com hanseniase. Hansen int 2000; 25(1):39-48.
2 Ochoa CE, Abreu A. Vigilância de la lepra em situaciones de baja prevalência. Rev panam salud publica [serial on the Internet]. 2001
[cited 2002 May 6]; 9(2). Disponível em: http://www.scielo.org
3 Pan American Health Organization. Elimination of Leprosy in the Americas. Epidemiol bull; 2000 Mar [cited 2002 May 6] 21(1). Disponível em:http//www.paho.org/English/SHNeb_v21n1-leprosy.htm
4 Frist T. "Don't treat me like I have leprosy!" A guide to overcoming prejudice and segregation. Londres: ILEP; 1996.
5 Lombardi C, Ferreira I, Mona CP, Oliveira MLW. Hanseniase: epidemiologia e controle. São Paulo: IMESP/SAESP; 1990.
6 Mini s té r io r ia S aúde (BR) . Pr ograma n ac ion al de controle e eliminação da hanseniase . Informações epidemiológicase operacionais, 1996. Brasilia, 1996.
7 Leprosy: Global Situation. Weekly Epidemiological Record [serial on the Internet]. Switzerland; 2002 Ian [cited May 2002] 1(77). Disponível em: <hnp://www.who.int/wer/en
8 Pan American Health Organization (PAHO) [homepage na Internet]: Elimination of Leprosy in the Americas. Epirlemlol bull 2000: 21(1) Mar. [cited 2002 May]. Disponível em: http://www.paho.org/English/SHA/eb_v21n1-leprosvhtm
9 Lombardi C, MarteIli CMT, Silva SA, Suaréz REG. La eliminación de la lepra de las Américas: situación actual y perspectivas. Rev panam salud publica 1998; 4(3).
10 Penna, GO. Hanseniase: epidemiologia e controle. Rev Soc Bras Meti Trap 1994; 17(31:37-44.
11 Prata PB, Bohlanrl AK, Vinhas SA. Aspectos epidemiológicos da hanseniase em localidades do Estado de Sergipe, Brasil, período de 1994-1998. Hansen int 2000; 25(11:49-53.
12 World Health Organization [homepage on the interned: Leprosy Elimination Project - Status Report 2003 [cited 2004 Apr]. Disponível em: hnp://www.who.int/lep
13 Organização Pan-Americana de Saúde [homepage on the Internet]. Prevenção e Controle de Enfermidades [updated 2004 Apr; cited 2002 May]. Disponível em: http: www.opas.org.br/prevencao/site/mos_info.cfm?codigo=136
14 Ministério da Saúde [homepage on the interned. Tabela de prevalência da hanseniase no Brasil, Macroregiões e Estados, 1985-2003 [cited 2004 April. Disponível em: http://www.dir2001.saude.gov.br/sus/epi/hanseniase/PREVAL85_03xls
15 Cidade de Londrina [homepage on the Internet]. Planejamento-Perfil da cidade. [cited 2002 May; updated 2004 Apr.] Disponível em: http://www.londrina.pr.br/cidade/londados.php3
16 Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - IBGE [homepage o n t h e i n t e r n e i ] . k i t e d 2 0 0 4 A p r i l . D i s p o n í v e l em:
hnp://www.ibge.gov.br/cirlaciesat/default.php
17 Secretaria de Saúde do Estado do Paraná/Instituto do Paraná [homepage on the Internet]. Programas Especiais - Hanseniase/Darios do Paraná.[updated 2004 Apr; cited 2002 Mayl. Disponlvel em: http://www.saude.pr.gov.br/hanseniase/index.html
18 Neville, PI. A guide to health education In leprosy. Bed. Northants: Talmilep; 1992.
19 Queiroz MS, Carrasco MAP. O doente de hanseniase em Campinas: uma perspectiva antropológica. Cad saúde pública 1995; 11(31:470-490.
20 Fel iciano KVO, Novaes MH, Alzate A. Diagnóst ico precoce da hansen(ase: o caso rios serviços de saúde no Recife (Pernambuco), Brasil. Rev panam salurl publica 1998; 4(1).
21 ATDS. Área Técnica de Dermatologia Sanitária. Ministério da Saúde (BR); Secretaria de Políticas de Saúde; Departamento de Gestão de Politicas Estratégicas, Gula para implantar/implementar as atividades de controle da hanseniase nos planos estaduais e municipais de saúde. Brasília; 1999.
22 IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. População - Estimativas de População. 2004 [cited Apr.2004] Disponível em: hftp://ftp.ibge.gov.br/Estimativas_Projecoespopulacao/
23 Assets EA, Tornero N, Magalhães LB. Priscinotti T, Barth YL, Casa Grande NA. Alguns aspectos sobre a hanseniase na região de Londrina, Paraná, 1968-1978. I - Características gerais. Hansen int 1981; 6(11:55-62.
24 Lana FCF, Lima, RF, Araújo MG, Fonseca PT. Situação epirlemiológica da hanseniase no município de Belo Horizonte/MG - Perforlo 92/97. Hansen int 2000; 25(21:121-133.
25 Pinto Neto 1, Villa TC. Características epidemiológicas rios comunicantes de hanseniase que desenvolveram a doença, notificados no Centro de Saúde de Fernandópolis (1993-1997). Hansen int 1999; 21(2):129-136.
26 Yoder LI, Pearson IMH, Zijp E. Essential of leprosy. 6ed. Londres: Talmilep; 1996.
27 Parra MC. Caracterizacion socio-económica de los leprosos atendidos em la unidad de dermatologia sanitária de Maracaibo, Venezuela: um estudo de casos. Carl saúde pública [serial on the Internet]. 1996 Apr/jun [cited 2002 May 6]; 12(2). Disponível em: http://www.sclelo.org
28 Kaneko KA, Zambon VD, Pedrazzani ES Casos novos de hanseniase na Região de São Carlos, SP, de 1983 a 1988. Hansen int 1990; 15(1): 5-15.
29 Trindade M, Teixei ra PR, Paula SR. Incapacidades físicas em hanseniase no momento do diagnóstico. II - Indicador para avaliação do programa de controle da hanseníase. Acém int 1987; 12(21h29min-37).
30 Asseis EA, To mero N, Magalhães LB. Priscino8f T, Barth YL, Grande NAC. Alguns aspectos sobre a hanseníase na região de Londrina, Paraná, 1968-1978. II - Característ icas especificas. Hansen int 1981; 6(2):122-9.
31 Ministério da Saúde (BR). Fundação Nacional da Saúde. Guia de controle da hanseniase; 1996.
32 Valadares D. Hansenfase. 3ed. Brasília: Fundação Nacional de Saúde; 1997.
33 Helene LMF, Salum MI. A Reprodução social da hanseniase: um estudo do perfil de doentes com hanseniase no Município de São Paulo. Carl
saúde pública [serial on the Internet]. 2002 Feb/Mar [cited 2002 May 61;18(1). Disponível em: hnp://www.scielo.org
34 Kaufmann A, Marian SG, Neville I. The social dimension of leprosy. Londres: ILEP; 1993.
35 Lapa T, Ximenes R, Silva NN, Souza W, Nebugerguer MFM, Campozana G. Vigilância ria hanseníase em Olinda, Brasil, utilizando técnicas de análise espacial. Cad saúde pública (serial on the Internet) 2001 Oct/Dec (cited 2002 May 6); 17(5). Disponível em: http://wwwscielo.org
36 IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. População - Indicadores Sociais - Educação e Trabalho. (cited 2004 Aug). Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/Indicadoresminimos/suppme/
analiseresultados2.shtm
37 Matos, H), Duppre N, Alvim MFS, Vieira LMM, Sarno EN, Struchiner CI. Epidemiologia ria hanseníase em coorte de contatos intradomiciliares no Rio de Janeiro (1987-1991). Cad saúde pública (serial on the Internet). 1999 Jul/Sep )cited 2002 May 6); 15(3). Disponível em: http://www.scieIo.org
38 Marciano LH; Garbino JA. Comparação de técnicas de monitoração de neuropatia hanseniana: teste de sensibilidade e estudo de condução nervosa. Hansen Int 1994; 19(2):5-10.
39 Lehman, LF,Orsini MBP, Nichols AR). Perguntas e respostas sobre o teste de sensibilidade com os monofilamentos de náilon de Semmes-Weinstein (SW); 1994. Folheto explicativo distribuído no Curso Nacional na Prevenção de Incapacidades em Hanseníase (Projeto Nacional de CNDS/ALM 1997-2001).
40 Bakinzfef Z. Identificando barreiras para a aderência ao tratamento de hanseníase. Cad saúde pública [serial on the Internet]. 1996 Oc t . /De z [ c i ted 2 0 02 May 6 1; 12( 4) . Di sp onív el em: http://wwiv.scielo.org
41 Soares LS, et al. The impact of multidrug therapy on the epidemiological pathem of leprosy in Juiz de Fora, Brazil. Carl saúde pública [serial on the Internet). 2000 fun/Jul [cited 2002 May]; 16(2). Disponível em: http://www.scielo.org

Downloads

Publicado

30-11-2004

Como Citar

1.
Barro MPAA. Avaliação da situação da hanseníase no município de Londrina de 1997 a 2001: aspectos epidemiológicos, operacionais e organizacionais. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2004 [citado 29º de março de 2024];29(2):110-7. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/36380

Edição

Seção

Artigos de investigação científica