Avaliação de incapacidades físicas neuro-músculo-esqueléticas em pacientes com hanseníase

Autores

  • Gustavo de Azevedo Carvalho Graduado em Fisioterapia- Universidade Católica de Petrópolis Mestrado em Ciências da Saúde - Universidade de Brasilia Doutorando em Ciências da Saúde - Universidade de Brasilia Professor do Curso de Fisioterapia da Universidade Católica de Brasilia Fisioterapeuta da Cêmara dos Deputados Federal - DEMED
  • Rosicler Rocha Aiza Alvarez Graduada em Medicina- Faculdade de Ciências da Saúde- UNB Mestrado em Dermatologia pela URI Doutorado em Dermatologia pela Escola Paulista de Medicina Pós Doutorado em Imunodermatologia pelo Medical College ofWisconsin- USA Profa. Orientadora da Pós-Graduação em CiênciasdaSaúde -Universidade de Brasilia

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.2000.v25.35375

Palavras-chave:

Hanseníase, incapacidades físicas, avaliação de incapacidades

Resumo

Este estudo tem como objetivo estimar a prevalência de incapacidades em mãos e pés em pacientes com hanseníase em tratamento com PQT. A metodologia utilizada foi de um estudo transversal descritivo, com registro do exame físico em protocolo próprio, em 81 pacientes portadores de Hanseníase do Distrito Federal nas suas várias formas clínicas, atendidos no Hospital Universitário de Brasília entre julho de 1996 a agosto de 1997. Observou-se que os graus 1 e 2 de incapacidades foram os mais freqüentes (19,8%), e que 56,6% não possuíam incapacidades físicas. Houve predomínio das lesões nos pés. Os nervos mais acometidos foram o tibial posterior em ambos os lados (22,2%), fibular comum direito (18,5%) e nervo ulnar direito (12,3%). A perda sensitiva foi o acometimento isolado mais encontrado (19,8%) e a mão em garra a deformidade mais freqüente (9,8%). Deformidades associadas estavam presentes em maior quantidade em membros inferiores do que em membros superiores ou ambos. As formas clínicas que apresentaram maior grau de incapacidade física foram a Virchoviana e a Dimorfa. É,portanto, importante uma avaliação minuciosa, nos segmentos de mãos e pés, a fim de evitar ou reduzir esta alta prevalência de incapacidades nos pacientes com Hanseníase, através de medidas educativas e curativas pertinentes à terapia física e reabilitação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1. BACCARELLI, R. Avaliação motora na neuropatia. In: Cirurgia reparadora e reabilitação em hanseníase. Bauru: Centro de estudos Dr. Reynaldo Quagliato, Instituto Lauro de Souza Lima, 1997. p. 85-92
2. BECHELLI, L. M., DOMINGUEZ, M. V. Disability index for leprosy patients. Bull. Wld. Hlth. Org. , v. 44, n.5, p. 709-713, 1971.
3. BELL, J. A. "Pocket filaments" and specifications for the Semmes-Weinstein monofilaments. The Star, Jannuary/February, 1994.
4. BELL, J. A. Semmes-Weinstein monofilaments testing for determining cutaneous ligth touch/deep pressure sensation. The Star, November/December, 1984.
5. BORGES, E., GALLO, M. E. N., ALVIM, M. F. S., BITTENCOURT, E. Determinação do grau de incapacidade em hansenianos não tratados. Cadernos de Saúde Pública, v.3, n.3, p.266-271, 987.
6. BRAKEL, W. H. Assessment of nerve function under field conditions and its usefulness in leprosy. Indian J. Lepr., v. 68, n.1, p. 119-125, 1996.
7. BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento Nacional de Saúde. Serviço Nacional de Lepra. Guia para o Controle da Lepra. Revista de Leprologia, v. 28, p. 40-50, 1960.
8. BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Centro Nacional de Epidemiologia. Coordenação Nacional de Dermatologia Sanitária. Guia de controle da hanseníase. 2. ed. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 1994.
9. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Programas Especiais de Saúde. Divisão Nacional de Dermatologia Sanitária. Controle da Hanseníase: uma proposta de integração ensino-serviço. Rio de Janeiro: DNDS/NUTES, 1989. p. 13- 81.
10. BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional da Saúde. Manual de Prevenção de incapacidades. Brasilia: FNS, 1997.
11. CHOPRA, N. K., AGRAWAL, J. S. Hansen's disease deformities: an epidemiological study in a multidrug therapy project Baroda District, Gutarat Stat. The Star, May/June, p. 9-12, 1990.
12. COLE, T.M., TOBIS, J.S. Medição da função músculoesquelética. In: Tratado de medicina física e reabilitação de Krusen. 4. ed. São Paulo: Manole, 1994. v. 1. p.19-69.
13. COSTA, I. M. C., PATRUS, O. A. Incapacidades físicas em pacientes de hanseníase na faixa de zero a 14 anos, no Distrito Federal, no período de 1979 a 1989. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 67, n.5, p. 245-249, 1992.
14. DELISA J. A, et al. Medicina de reabilitação. São Paulo: Manole, 1992. v. 1. p. 161-166.
15. DOMINGUEZ, V M., BECHELLI, L. M., PATWARY, K. M. World Health Organization surveys os disabilites in leprosy in Northes Nigeria, Cameroon an Thailand (Khonkaen). International Journal of Leprosy, v.34, p.224-354, 1966.
16. GELMANN, H., GELBERMAN, R. H., TAN, A. M. et al. Carpal tunnel syndrome. An evaluation of the provocative diagnostic test. Journal of Bone Joint Surgery., v. 68, p.735-737.
17. HAMILTON, J. Deformity prevention in the field: a systematic approach. Leprosy Review., v.54, p. 229-237, 1983.
18. KEELLER, R. E, RYAN, M. The incidence of desabilities in Hansen's disease after the commencement of chemotherapy. Leprosy Review, v.51, p. 149-154, 1980.
19. KENDALL, FP,, McCREARY, E.K, PROVANCE, P.C. Músculos: provas e funções. 4. ed. São Paulo: Manole, 1995. p. 235-256.
20. KUIPERS, M., SCHREUDERS, T. The predictive value of sensation testing in the development of neuropathic ulceration on the hands of leprosy patients. Leprosy Review, v. 65, p. 235-261, 1994.
21. MAHAJAN, P M., JOGAIKAR, D. G., MEHTA, J. M. Study of deformities in children with leprosy: an urban experience. Indian Journal of Leprosy, v.67, n.4, p. 405-409, 1995.
22. MOBERG, G. E. Two-point discrimination test. Scand. J. Rehab. Med., v.20, p.127-134, 1990.
23. MURAI, O.C. Participação da enfermagem na prevenção de incapacidades físicas na hanseníase. São Paulo, 1990. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo.
24. NAAFS, B.; DAGNE, T. Sensory testing: a sensitive method in the follow-up of nerve involvement. International Journal of Leprosy, v.45, n.4, p.364-368, 1977.
25. OLIVEIRA, M. H. P Associação entre atividades ocupacionais dos hansenianos e incapacidades físicas. Revista Brasileira de Enfermagem., v.46, n.3/4, p. 279-285, 1993.
26. OLIVEIRA, M. H. P Incapacidades físicas em portadores de hansenfase. Ribeirão Preto, 1987. Tese (Doutorado) Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.
27. OPROMOLLA, D.V.A, Noções de hansenologia (panel). Bauru: Centro de Estudos "Dr. Reynaldo Quagliato", 1981.
28. PEDRAllANI, E. S., MALUF, S. A., PEDROSO, M., TOYODA, C. Y. Prevenção de incapacidades em hanseníase: realidade numa unidade sanitária. Hansenologia Internationalis., v.10, n.1/2, p.10-22. 1985.
29. PEDROSO, M., SUERY, O., BACCARELLI, R., VIEIRA, P. C. T.; GONÇALVES, A. Incapacidades físicas em hanseníase — estudo multicéntrico da realidade brasileira. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 64, n. 6, p. 301-306, 1989.
30. PRENDES, M.G. Historia de la lepra en Cuba. Habana: Publicaciones del Museo Historico de las Ciencias Medicas "Carlos J. Finlay", 1963. p. 19-50.
31. RAO, P. S., SUBRAMANIAN, M., SUBRAMANIAN, G. Deformity incidence in leprosy patients trated with multidrug therapy. Indian Journal of Leprosy, v. 66, n.4, p. 449-454, 1994.
32. RICHARDS, J. H., FINLAY, K. M., CROFT, R. P., SMITH, W. C. S. Nerve function impairment in leprosy at diagnosis and at completion of MDT: a retrospective Cohort study of 786 patients in Bangladesh. Leprosy Review, v.67, p. 297-305, 1996.
33. TRINDADE, M. A. B., LIMA, F. D., ALMEIDA, R. G. Incapacidades físicas em hanseniase no momento do diagnóstico — I Avaliação das incapacidades. Hansenologia Internationalis, v.12, n.2, p. 21-28, 1987.
34. TRINDADE, M. A. B., NEMES, M. I. B. Incapacidades físicas em Hanseníase no momento do diagnóstico: características epidemiológicas dos casos registrados de 1983 a 1988 no Estado de São Paulo. Hansenologia Internationalis, v.17,n.1/2, p. 8-14, 1992.
35. TRINDADE, M. A. B., TEIXEIRA, P. R., PAULA, S. R. Incapacidades físicas em hanseníase no momento do diagnóstico — II Indicador para avaliação do programa de controle da hanseníase. Hansenologia Internationalis, v.12, n.2, p. 29-37, 1987.
36. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Action Programme for the Elimination of Leprosy. Status Report 1996, WHO/Lep / 96.5
37. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Action Programme for the Elimination of Leprosy. Status Report 1997, WHO/ Lep / 97.5
38. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Chemotherapy of Leprosy for Control Programmes. Geneva: WHO, Study Group. Technical Report Series, n o 675, 1982.

Downloads

Publicado

30-06-2000

Como Citar

1.
Carvalho G de A, Alvarez RRA. Avaliação de incapacidades físicas neuro-músculo-esqueléticas em pacientes com hanseníase. Hansen. Int. [Internet]. 30º de junho de 2000 [citado 29º de março de 2024];25(1):39-48. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/35375

Edição

Seção

Artigos originais