Recidivas associadas à resistência a drogas na hanseníase

Autores

  • Suzana Madeira Diório Pesquisadora Científica. Mestre em Doenças Tropicais. Chefe da Equipe Técnica de Microbiologia do Instituto Lauro de Souza Lima/Bauru – SP.
  • Patrícia Sammarco Rosa Pesquisadora Científica. Doutora em Doenças Tropicais. Equipe Técnica de Biologia do Instituto Lauro de Souza Lima/Bauru – S.
  • Andréa de Faria Fernandes Belone Pesquisadora Científica. Doutora em Patologia. Chefe da Equipe Técnica de Patologia do Instituto Lauro de Souza Lima/Bauru – SP
  • Beatriz Gomes Carreira Sartori Biologista. Equipe Técnica de Microbiologia do Instituto Lauro de Souza Lima/Bauru – SP
  • Lazara Moreira Trino Biologista. Equipe Técnica de Microbiologia do Instituto Lauro de Souza Lima/Bauru – SP
  • Ida Maria Foschiani Dias Baptista Pesquisadora Científica. Doutora em Biologia Celular e Molecular. Equipe Técnica de Microbiologia do Instituto Lauro de Souza Lima/Bauru – SP
  • Elaine Valim Camarinha Marcos Pesquisadora Científica. Mestre em Doenças Tropicais. Equipe Técnica de Farmacologia e Bioquímica do Instituto Lauro de Souza Lima/Bauru – SP
  • Jaison Antonio Barreto Médico Dermatologista. Mestre em Ciências/Saúde Pública
  • Somei Ura Pesquisador Científico. Médico Dermatologista. Mestre em Doenças Tropicais. Diretor da Divisão de Pesquisa e Ensino do Instituto Lauro de Souza Lima/Bauru – SP

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.2009.v34.35162

Palavras-chave:

Mycobacterium leprae, hanseníase, recidiva, resistência a drogas

Resumo

A poliquimioterapia/Organização Mundial da Saúde foi implantada efetivamente no Brasil em 1991, contribuindo drasticamente para redução da taxa de prevalência e cura da hanseníase. No entanto, a sua comprovada eficácia não tem impedido a ocorrência de recidiva da doença. Falha no tratamento, persistência bacilar ou resistência a drogas são fatores que podem ou não estarem associados a ela. O objetivo deste estudo foi verificar a ocorrência de recidiva e associá-la com a presença de cepas resistentes do Mycobacterium leprae entre 28 indivíduos que apresentaram suspeita clínica de recidiva após tratamento por monoterapia sulfônica, esquema da Divisão Nacional de Dermatologia Sanitária ou poliquimioterapia. Biópsias das lesões de pacientes multibacilares, com diagnóstico clínico de recidiva, atendidos por demanda espontânea, foram coletadas para avaliar resistência a drogas por meio da técnica de inoculação em pata de camundongo. Dentre as amostras avaliadas 42,8% apresentaram bacilos sensíveis à dapsona e rifampicina e 10,7% apresentaram resistência à dapsona; não foram isolados bacilos resistentes à rifampicina. A emergência de bacilos resistentes, especialmente à rifampicina, é um alerta para os programas de controle da hanseníase. Monitorar a disseminação destas cepas é importante, pois elas apresentam um sério obstáculo para a eliminação da doença, principalmente em países onde a hanseníase ainda é endêmica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1. World Health Organization Study Group. Chemotherapy of leprosy for control programs. Report. Geneva; 1982. (WHO – Technical Report Series. Geneva, 675).
2. Andrade V. Implementação da PQT/OMS no Brasil. Hansen Int 2006; 31(1): 23-31.
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigilância em saúde: situação epidemiológica da hanseníase no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde; 2008.
4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Plano nacional de eliminação da hanseníase em nível municipal 2006-2010. Brasília: Ministério da Saúde; 2006.
5. Brasil. Ministério da Saúde. SINAN/SVS/MS. Disponível em: http://www.tabnet.datasus.gov.br
6. World Health Organization. Disponível em:http://www.who.int/lep/research/en/
7. Reddy PK, Cherian A. Relapse in Hansen´s disease after multidrug therapy and its differencial diagnosis with reversal reaction. The Star. 1991. 8-12 .
8. Scollard DM, Smith T, Bhoopat L, Theetranont C, Rangdaeng S, Morens DM. Epidemiologic characteristics of leprosy reactions. Int J Lepr Other Mycobact Dis 1994; 62(4): 559-67.
9. Waters MFR. Distinguishing between relapse and late reversal reaction in multidrug (MDT) treated BT leprosy. Lep Rev. 2001; 72(3): 250-3.
10. Shepard CC. The experimental disease that follows the injection of human leprosy bacilli into foot-pads of mice. J. Exper. Med. 1960; 112: 445-54.
11. Pettit JHS, Rees RJW. Sulfone resistance in leprosy. An experimental and clinical study. Lancet 1964; 2: 673.
12. Matsuoka M, Kashiwabara Y, Namisato M. A Mycobacterium leprae isolate resistant to dapsone, rifampin, ofloxacin and
sparfloxacin. Int J Lepr Other Mycobact Dis. 2000; 68 (4): 452-5.
13. Baohong J. Drug resistence in leprosy – a review. Lepr. Rev. 1985; 56: 265-78.
14. Grosset JH. Study of 39 documented relapses of multibacillary leprosy after treatment with rifampin. Int J Lepr Other
Mycobact Dis. 1989; 57: 607-14.
15. Williams DL, Spring L, Harris E, Roche P, Gillis TP. Dihydropteroate synthase of Mycobacterium leprae and dapsone resistance. Antimicrob. Agents Chemother. 2000; 44 (6):1530-7.
16. Kai M, Matsuoka M, Nakata N, Maeda S, Gidoh M, Maeda Y. Diaminodiphenysulfone resistance of Mycobacterium leprae to mutation in the dihydropteroate synthase gene. FEMS Microbiol Lett. 199; 177(2): 231-5.
17. Honoré N, Cole ST. Molecular basis of rifampin resistance in Mycobacterium leprae. Antimicrob agents chemother 1993; 37: 414-8.
18. Williams DL, Gillis TP. Molecular detection of drug resistance in Mycobacterium leprae. Lep Rev. 2004; 75: 118-30.
19. WHO 1987. Laboratory Techniques for leprosy. Wordl Health Organization, Geneva.
20. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica. 6 ed.Brasília: Ministério da Saúde; 2005.
21. Kaimal S, Thappa DM. Relapse in leprosy. Indian J Dermatol Venereol Leprol. 2009; 75(2): 126-35.
22. Shetty VP, Wakade AV, Ghati S, Pai VV, Ganapati R, Antia N.H. Viability and drug susceptibility testing of Mycobacterium
leprae using mouse foot pad in 37 relapse cases of leprosy. Int J Lepr Other Mycobact Dis. 2002; 71 (3): 210-7.
23. Maeda S, Matsuoka M, Nakata N, Kai M, Maeda Y, Hashimoto K, et al. Multidrug resistant Mycobacterium leprae from patients with leprosy. Antimicrob agents Chemother 2001; 45(12): 3635-9.
24. Matsuoka M, Budiawan T, Aye KS, Kyaw K, Tan EV, Dela Cruz E, et al. Lepr Rev 2007. 78: 343-52.
25. Matsuoka M, Kashiwabara Y, Liangfen Z, Goto M, Kitajima S. A second case of multidrug-resistant Mycobacterium leprae
isolated from a japanese patient with relapsed lepromatous leprosy. Int. J. Lepr. Other Mycobact. Dis. 2003; 71 (3): 240-3.
26. Zhang L, Namisato M, Matsuoka M. A mutation at códon 516 in the rpoB gene of Mycobacterium leprae confers resistance to rifampin. Int J Lepr Other Mycobact Dis. Other Mycobact. Dis 2004; 72(4): 468-72.
27. Diorio-Madeira S, Manini MIP, Trino LM, Sartori BGC, Opromolla DVA. Resistência a dapsona e rifampicina em Mycobacterium leprae isolado de pacientes portadores de hanseníase no Estado de São Paulo. Hansen int 2005; 30(1): 09-14.
28. World Health Organization. Leprosy Elimination: Research. Disponível em: http://www.who.int/lep/research/en/
29. Gelber RH, Balagon MVF, Cellona RV. The relapse rate in MB leprosy patients treated with 2-years of WHO-MDT is not low. Int. J. Lepr. Other Mycobact. Dis 2004; 72(4): 493-500.

Publicado

30-06-2009

Como Citar

1.
Diório SM, Rosa PS, Belone A de FF, Sartori BGC, Trino LM, Baptista IMFD, Marcos EVC, Barreto JA, Ura S. Recidivas associadas à resistência a drogas na hanseníase. Hansen. Int. [Internet]. 30º de junho de 2009 [citado 28º de março de 2024];34(1):37-42. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/35162

Edição

Seção

Artigos de investigação científica

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

<< < 1 2 3 4 5 > >>